Bulas de medicamentos deverão ter letras maiores e linguagem acessível

Brasília (AE) – As bulas de medicamentos vão mudar. Em seis meses 558 medicamentos de marca deverão ter uma bula com letra 50% maior do que a usada atualmente e uma linguagem adequada ao público leigo. A mudança foi apresentada hoje pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o lançamento do Compêndio de Bula de Medicamentos.

Em dois volumes, os livros reúnem a nova versão da bula para este grupo de medicamentos (todos de marca) em dois formatos: um voltado para o público em geral e outro para especialistas. Na internet já é possível encontrar as bulas com o novo padrão, reunidas no Bulário Eletrônico (www.anvisa.gov.br/bulas). A versão impressa será distribuída para hospitais, bibliotecas e sociedades médicas.

"Nesta primeira etapa revisamos apenas as bulas de medicamentos de marca. Em maio do próximo ano será feita uma nova versão, para remédios genéricos e similares", afirmou o diretor-presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch. A reforma, em duas etapas, foi pelo fato de haver divergências entre as informações das bulas de medicamentos de marca e de genéricos e similares. Como exemplo da divergência, Maierovitch citou casos de bulas de medicamentos genéricos com a informação de que são inócuos e, no de marca, há uma lista de contra-indicações. "Vamos agora resolver caso a caso, para que, já na próxima edição, haja uma informação uniforme."

A revisão das bulas começou a ser feita pela Anvisa em 2003. No formato dirigido para o público em geral, por exemplo, modo de uso de medicamento substitui o tópico posologia; o termo reações adversas pode ser substituído por quais os males que este medicamento pode causar.

"Queremos que aquela expressão difícil como bula de remédio perca totalmente o sentido", disse Maierovitch. Ele avalia que a mudança aumentará as informações para pacientes. O que, por sua vez, pode melhorar a relação que ele tem com o médico ou com o farmacêutico. "Ele estará mais consciente, poderá cobrar mais, ter uma participação maior", disse.

Para ele, a bula na nova versão não ampliará o risco de auto-medicação. O diretor admite que hoje não há nenhum controle sobre a venda de medicamentos com prescrição médica, pois as receitas não precisam ficar retidas nos pontos-de-venda. Ele informou que a Anvisa está preparando um conjunto de regras para controlar também a venda de tais medicamentos.

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