A maior parte dos residentes no Brasil que mandaram dinheiro para fora do País em 2003 para comprar títulos de longo prazo deu preferência a papéis brasileiros lançados no mercado internacional. Segundo o censo de capitais brasileiros no exterior, divulgado hoje (29) pelo Banco Central (BC), de um total de US$ 1,491 bilhão que empresas e pessoas físicas mantinham fora do País, 61% estavam aplicados em bônus, notes, debêntures ou outros tipos de papéis com prazo de vencimento superior a um ano emitidos por brasileiros.
O dado representa apenas uma pequena parte do estoque de dinheiro brasileiro investido no mercado internacional mas, segundo analistas, reflete uma deficiência do País, que não tem um mercado eficiente de títulos de prazo mais longo para que investidores brasileiros possam adquirir aqui mesmo esses papéis.
De acordo com os dados do censo, em dezembro de 2003, primeiro ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o estoque de recursos brasileiros aplicados no exterior era de US$ 82,692 bilhões. Esse montante é 14,3% maior que os US$ 72 325 bilhões de 2002. Apesar do aumento, o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Cavalheiro, destacou que a proporção deste valor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda é pequeno se comparado com países desenvolvidos ou mesmo emergentes.
Do total de recursos aplicados no exterior em 2003, US$ 54,892 bilhões foram usados para adquirir participações acionárias superior a 10% do capital total de empresas estrangeiras e, portanto, são classificadas como investimentos diretos de brasileiros no exterior.