Vaticano beatifica padre Eustáquio em Minas Gerais

Belo Horizonte (AE) – Um público estimado em 70 mil pessoas acompanhou ontem, em Belo Horizonte, a cerimônia de beatificação do padre Eustáquio (1890-1943), o missionário holandês da Congregação dos Sagrados Corações, que chegou ao Brasil em 1925 e foi pároco em cidades de São Paulo e Minas Gerais.

Em dezembro do ano passado – cinco décadas depois de iniciados os trabalhos preliminares para a instalação do Tribunal Especial para Instrução da Causa de Beatificação -, o papa Bento XVI autorizou a promulgação do decreto que reconhece como extraordinária e sem explicação científica uma cura ocorrida na capital mineira por intermédio do padre Eustáquio van Lieshout.

O rito de beatificação foi conduzido pelo cardeal português José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano. O palco foi o estádio do Mineirão. A elevação à condição de beato permitirá que a Igreja exiba aos fiéis a imagem do missionário holandês, que também poderá dar nome a paróquias.

O cardeal Martins destacou ontem que a permissão do culto local é um reconhecimento pela Igreja das virtudes do padre Eustáquio. ?Era uma pessoa de fé profunda e concreta.?

Para a canonização, um outro milagre atribuído a ele terá de ser comprovado no tempo posterior à beatificação. O holandês, no entanto, já é tratado como um santo por devotos, principalmente em Belo Horizonte, onde viveu pouco mais de um ano até sua morte em 1943. Nos últimos dias, a expectativa pela cerimônia de beatificação movimentou ainda mais a Paróquia dos Sagrados Corações, mais conhecida como Igreja Padre Eustáquio, onde está o túmulo do missionário.

Na segunda-feira, vindos da Holanda, chegaram 29 familiares do missionário. ?Ficamos impressionados com a devoção que o povo daqui tem por ele?, comentou Jan van den Boomen, sobrinho do padre Eustáquio. O rito de beatificação deve durar 20 minutos. Participarão o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Majella Agnelo, o arcebispo emérito de Belo Horizonte, cardeal d. Serafim Fernandes de Araújo, e o arcebispo metropolitano, d. Walmor Oliveira.

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