Tucanos fazem arrastão para garantir o 2.º turno

Brasília

– O candidato José Serra (PSDB) resolveu agora bater em Anthony Garotinho (PSB), que anda crescendo à custa de pontos perdidos pelos outros e o ameaça com um empate técnico que pode deixar o tucano fora do segundo turno. Mas ele não pode exagerar na dose, pois pode correr o risco de Garotinho cair e ele não subir. Assim Lula ganharia no primeiro turno. Enquanto isso, os tucanos apostam tudo na mobilização.

Para o candidato José Serra, a questão é não errar de novo na mão. Se bate demais em Garotinho e ele despenca, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá se beneficiar e liquidar a eleição no primeiro turno. Afinal, Ciro Gomes também continua caindo e ele, Serra, não parece estar ganhando esses votos. E Lula, que saiu quase sem arranhões dos ataques recentes, tem tido crescimento discreto. A artilharia serrista pode ter, no máximo, reduzido esse ritmo de crescimento, mas não a ponto de estancá-lo.

O comando da campanha de Serra mobiliza militantes e chefes políticos do PSDB, PMDB, PFL e PPB para ocupar as ruas de todo o Brasil a partir de segunda-feira. Segundo o coordenador político da campanha, deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG), só em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, serão 39.500 pessoas envolvidas no corpo-a-corpo com o eleitor para levantar a candidatura tucana na reta final.

Embora o discurso geral seja o de que o segundo turno está garantido, estrategistas de Serra admitem que, no cenário atual, Lula pode liquidar a disputa no dia 6, conquistando na boca-de-urna o pouco que lhe falta. “Temos de ampliar os apoios de Serra porque, se faltarem apenas três pontos porcentuais para Lula, o PT tira isto no dia da eleição”, resume um estrategista. Não é o que dizem Veiga nem o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA). Os dois apostam que o candidato da Grande Aliança a presidente chegará às urnas do dia 6 com o apoio de pelo menos 24% dos eleitores. “Só em Minas, nós vamos crescer oito a dez pontos percentuais”, prevê o coordenador político da campanha de Serra.

A aposta na virada dele no segundo maior colégio eleitoral do País, com 12,6 milhões de votos, é tamanha, que a equipe de publicidade trabalha a apresentação de um programa exclusivo sobre Minas Gerais, a exemplo do que fez com o Nordeste. No caso mineiro, as previsões otimistas vêm no embalo do sucesso eleitoral do candidato a governador Aécio Neves (PSDB), que deve consolidar vitória em primeiro turno e dedica-se a pedir voto para Serra na tevê, na publicidade eleitoral gratuita dos candidatos a governador.

Como a contabilidade tucana aponta para um bom espaço de crescimento do candidato do PSDB – especialmente, São Paulo, Pará, Goiás, Rio Grande do Sul e Pernambuco, o comando da campanha está otimista. “Temos segurança de chegar em posição sólida, a partir de um grande esforço dos aliados locais”, diz Veiga.

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