Tucano admite caixa dois em Minas

Brasília – O presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), disse ontem em depoimento espontâneo na CPI dos Correios que sua campanha à reeleição ao governo do estado em 1998 teve caixa dois. O tucano, no entanto, colocou a responsabilidade sobre o seu coordenador financeiro, Cláudio Mourão da Silveira.

Eduardo Azeredo aproveitou a sessão de votação de requerimento de ontem da CPI para fazer apresentar uma carta supostamente escrita a mão por Silveira e que teria sido enviada a Azeredo. Nesta carta supostamente escrita por Silveira, o ex-coordenador da campanha admitiria ter pedido à SMPB, empresa de Marcos Valério, apoio "a vários candidatos a deputado". "Como gerenciador das finanças da campanha tomei a decisão de apoiar candidatos a deputado, no entendimento de que esta ação pudesse fortalecer a campanha majoritária", disse Mourão em carta datada de 29 de julho de 2005.

Azeredo alegou que, diante disso, seria inocente das acusações feitas contra ele de sua campanha usar os mesmos dispositivos admitidos pelos ex-dirigentes do PT, em que empresas de Valério faziam empréstimos e repassavam os recursos a diretórios petistas para o pagamento de dívidas de campanha. O presidente do PSDB disse que "a responsabilidade por esses aportes foi da coordenação da campanha. Permaneço, pois, com a consciência tranqüila de que me pautei pela lei e pela ética, ao prestar contas da campanha com os fatos e documentos que conhecia", afirmou o senador.

E insinou que se encontra na mesma situação do presidente Lula. "O presidente também tem deixado entender que não sabia de todos os fatos que o cercam e que se relacionam com as denúncias agora trazidas à luz", afirmou.

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