Sindicato pede criação de CPI de acidente de trem no Rio de Janeiro

O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Valmir Lemos, defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para apurar as causas do acidente dos trens em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele criticou a criação de uma comissão interna da Supervia para investigar o choque entre as composições. Para Lemos, o episódio deveria ser apurado por uma equipe externa, com isenção. Lemos criticou a manutenção das linhas férreas. Segundo ele, há constantes falhas de sinalização. Além disso, ele acusa a Supervia de utilizar apenas dois parafusos para fixação dos dormentes, ao invés de quatro, o que garante mais segurança.

Nos últimos anos, o sindicato fez denúncias a respeito da má conservação da malha férrea. Três delas foram aceitas pelo Ministério Público e deram início a dois inquéritos civis públicos. De acordo com a assessoria do MP, os inquéritos estão sendo acompanhados pelas 2.ª e 3.ª Promotoria de Defesa do Consumidor. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte (Agetransp), que este ano já multou a Supervia duas vezes, informou ontem que abriu procedimento para apurar as causas do acidente. Ontem, a agência encaminhou ofício à concessionária, solicitando informações.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) descartou a possibilidade de a Supervia perder a concessão de serviços ferroviários no Estado. O governador disse que não se pode tratar a empresa como "Judas". Para ele, é preciso reconhecer os investimentos feitos pela concessionária nos últimos anos. O governador ressaltou que se ficar comprovado que a Supervia não cumpriu com suas obrigações, o governo tomará "medidas legais cabíveis", sem, no entanto, especificá-las.

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