Ruralistas argentinos ameaçam bloquear estradas

Os setores mais intransigentes dos proprietários rurais da Argentina ameaçavam neste fim de semana retomar o bloqueio de estradas a partir de quarta-feira caso o governo não aceite a exigência de tornar sem efeito um novo sistema de tributação que afetaria as exportações de soja e girassol.

Os líderes das quatro principais organizações ruralistas do país haviam assegurado na semana passada, quando terminou uma trégua de 30 dias com o governo, que, na falta de acordo, os futuros protestos se limitariam à realização de assembléias e de campanhas de informações.

Mas ontem, produtores liderados por Alfredo de Angeles, da província de Entre Ríos, bloquearam durante várias horas uma estrada próxima a Gueleguaychú onde se realizava uma assembléia. De Angelis suspendeu o bloqueio pouco depois, mas ameaçou retomá-los se não houver resposta do governo até quarta-feira. "Caso contrário, sairemos todos às estradas", declarou.

Em março, líderes ruralistas promoveram bloqueios durante 21 dias, provocando desabastecimento no país. Em contrapartida, o presidente da Sociedade Rural Argentina, Luciano Miguens, assegurou no sábado que os futuros protestos "não terão bloqueios rodoviários nem produzirão desabastecimento".

O chefe de gabinete e principal negociador do governo, Alberto Fernández, convocou para terça-feira uma nova reunião com líderes ruralistas na busca por um acordo definitivo. Fernández e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediram aos ruralistas que sejam "sensatos e responsáveis" e observaram que nos últimos anos o setor obteve recordes de lucro. Eles também defenderam a elevação de impostos para as exportações do setor, qualificando-os como necessários para evitar que os altos preços internacionais dos alimentos afetem o mercado interno e os produtores com menos recursos financeiros.

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