Reforma política é a nova prioridade

Brasília – Entre os temas prioritários no Congresso estão projetos que se arrastam há mais de uma década. A reforma do Judiciário, por exemplo, está há 12 anos no Legislativo. Foi incluída na pauta da convocação extraordinária e não andou. Na Câmara, a reforma política parece ser a nova prioridade do presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP). Mesmo assim, o financiamento público de campanha é assunto dos mais controvertidos e não há garantia de que vá sair do papel. Além disso, é mais pretexto para a oposição falar de Waldomiro Diniz.

“O PT é a a favor da reforma política, mas haverá divergências na base, especialmente nos partidos menores. É difícil tratar do assunto com urgência. Talvez possamos votar uma reforma light”, diz o líder do PT, Arlindo Chinaglia (SP). O interesse mais imediato do governo, na Câmara, concentra-se no projeto que estabelece a parceria com empresas privadas para investimentos, as chamadas PPPs. Já no Senado, são prioritárias as medidas provisórias que estabelecem o novo modelo para o setor elétrico. Os dois temas estão em fase de discussão e sem acordo para votação em plenário.

A líder do PT, senadora Ideli Salvati (SC), admite que o caso Waldomiro atrasou a tramitação das mudanças no setor elétrico. A votação era prevista para antes do carnaval, mas as denúncias tomaram conta dos debates, levando o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a adiar para terça-feira o reinício do trabalho.

“Perdemos pelo menos três semanas. A iniciativa do governo com a medida provisória dos bingos pôs o Congresso no breque: ou aprovamos a medida ou trancamos tudo. É uma oportunidade histórica”, diz Ideli.

Amanhã, a bancada petista tem reunião para decidir o que fazer com o requerimento para a CPI dos Bingos, que já tem o apoio de 33 senadores. Na lista do autor, o senador Magno Malta (PL-ES), estão sete petistas. O governo pensa em arquivar o pedido, por considerar que não tem fundamento após a medida provisória. A oposição promete não desistir. E Malta idem: “Minha disposição é a mesma. Fechar os bingos não invalida a investigação. Todos sabem que os bingos serviam à lavagem de dinheiro e isso precisa ser apurado”. Nas próximas duas semanas 20 medidas provisórias estarão trancando a pauta da Câmara.

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