Reconstituição igual versão de acusados

São Paulo – Por onde passavam, havia uma multidão a gritar: “Assassinos!” Ontem, na mesma casa no Campo Belo, Suzane Louise, seu namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, e o irmão dele, Christian, fizeram a reconstituição do assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, pais da universitária. A volta ao local do crime dos autores do assassinato que chocou o País mobilizou policiais, jornalistas e muitos, muitos curiosos.

Suzane chorou ao chegar ao imóvel. Seu irmão, Andreas, que também participou da operação, já estava lá. Eles, enfim, se encontraram. Ela lhe pediu perdão. O adolescente concordou. A reconstituição serviu para esclarecer “pontos obscuros” relacionados pela polícia, após a confissão de Daniel, Christian e Suzane.

Passo a passo

A reconstituição do crime havia confirmado até as 19h40 os principais pontos das versões apresentadas em interrogatório pelos três acusados do crime. A estudante Suzane Louise, de 19 anos, filha do casal, o namorado dela, Daniel, 21, e o irmão dele, Christian, 26, confirmaram na frente de seus advogados, de promotores e de policiais que Suzane abriu a porta da casa para que os irmãos Cravinhos entrassem e matassem os pais da estudante.

O trabalho começou às 11h30 e deveria terminar à noite. Após a chegada dos acusados, a polícia isolou a rua e colocou os três em cômodos separados. O primeiro a ser entrevistado pelos peritos foi Christian. Ele fez um relato sobre sua participação no crime, depois, demonstrou passo a passo como fez para matar a mãe de Suzane com golpes de barras de ferro. Como Marísia ainda respirava, Christian, sufocou-a colocando uma toalha em sua boca.

De acordo com a polícia, o rapaz chorou no momento de reconstituir a forma como matou a vítima. Essa parte do trabalho durou quatro horas dentro da casa. Na avaliação dos peritos, a versão apresentada pelo acusado coincide com o teor de seu interrogatório no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. “Foi um trabalho esclarecedor e sem contradições”, afirmou o perito Agostinho Pereira Salgueiro.

Dúvidas

Após Christian, foi a vez de Suzane contar a sua versão sobre o crime. Esse era o momento mais esperado pelos policiais que trabalham no caso, pois eles tinham dúvidas sobre a sua real participação no assassinato dos pais. Após uma hora e 40 minutos de relato da acusada, os policiais ficaram convencidos de que Suzane não esteve no quarto durante a execução do crime nem depois da conclusão.

Daniel começou a ser entrevistado pelos peritos pouco antes das 18h. De acordo com a polícia, ele passou mal, a exemplo do irmão, ao entrar no quarto onde o casal foi morto. Um dos policiais que se deitaram na cama para simular o casal von Richthofen seria parecido com Manfred, o que motivou o choro de Daniel – até as 19h40, a reconstituição com Daniel não havia terminado.

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