Receita Federal aponta indícios de que Renan usou “laranjas”

A Receita Federal encontrou indícios de que boa parte do grupo de estabelecimentos e pessoas físicas que compraram gado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é composto por "laranjas", ou seja, emprestariam seus nomes para operações realizadas por terceiros. Estes são os primeiros resultados do pente fino iniciado pelo fisco sobre as empresas e pecuaristas com os quais ele diz ter negociado gado.

Entre os compradores citados pelo presidente do Congresso em sua defesa, encontram-se, por exemplo, empresas e pessoas sem aparente capacidade econômica para realizar as compras declaradas por ele. Como forma de comprovar que tinha rendimentos para pagar a pensão à jornalista Mônica Veloso, com a qual teve uma filha, Renan Calheiros apresentou recibos de compra de gado dados a 20 pessoas físicas e jurídicas.

Os recibos, referentes ao período de janeiro de 2003 a dezembro do ano passado, estão acompanhados de documentos de depósito bancário em valor equivalente na sua conta bancária no Banco do Brasil. Ainda não é certo que a checagem resulte em uma devassa dos rendimentos de Renan. Em relação ao presidente do Senado, há pelo menos duas hipóteses possíveis.

A primeira é a de que os "laranjas" teriam sido utilizados pelos compradores do gado do senador, que desejariam esconder rendimentos. Nesse caso, as operações declaradas pelo presidente do Senado seriam corretas e as irregularidades, praticadas pelos laranjas e por seus parceiros. A segunda seria a de que Renan teria utilizado notas frias para "lavar" rendimentos de outra origem.

Voltar ao topo