Quatro assentamentos para 140 famílias

Maceió – A Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas publica, hoje, no Diário Oficial da União, as portarias de criação de quatro projetos de assentamento da Reforma Agrária no sertão alagoano. Dois deles ficam no município de Piranhas, um em Água Branca e outro em Delmiro Gouveia. Ao todo, 140 famílias serão beneficiadas em áreas que totalizam 2.044 hectares. Três dos projetos estão sendo criados em áreas reivindicadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre eles o de Xingozinho, em Delmiro Gouveia, cuja fazenda pertence à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

Em Piranhas, também vinculados ao MST, estão sendo criados os projetos de assentamento Samambaia e Lagoa das Pedras. O assentamento Cobra fica em Água Branca. A área era reivindicada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

O superintendente regional do Incra no Estado, Gino César Meneses, afirmou que a criação desses assentamentos tem um significado especial para o órgão, por se tratar de áreas reivindicadas há muitos anos pelos movimentos e também pelo número de famílias que serão assentadas.

Segundo o superintendente, com a criação desses assentamentos o Incra alcança o número de 1.904 famílias assentadas em 2004. "Se somarmos a isso os imóveis do grupo Nivaldo Jatobá, cujos processos de desapropriação tramitam na superintendência, com previsão de assentar mais 1.605 famílias nos primeiros meses de 2005, já superamos em muito a meta estabelecida para o ano, que é de 3 mil famílias assentadas", explicou Gino César.

As áreas do grupo empresarial representam 12.843 hectares, todas com desapropriação por interesse social. A usina Agrisa fica numa dessas propriedades. O projeto de assentamento Xingozinho será criado na fazenda Xingó, pertencente à Chesf. O imóvel de 495 hectares fica em Delmiro Gouveia e é reivindicado pelo MST desde 2001, quando foi ocupado. O Incra reconhece tratar-se de uma área emblemática. Por duas vezes, o movimento ocupou a subestação da Chesf, na cidade, em protesto contra a demora na aquisição da área. A última ocupação foi este ano, no "novembro vermelho", quando o MST invadiu a sede do órgão, em Maceió.

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