Protocolada, CPI da Navalha corre risco de ser arquivada

Deputados e senadores favoráveis à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar fraude em licitações e corrupção em obras públicas executadas pela empreiteira Gautama – já apelidada de CPI da Navalha – protocolaram nesta quarta-feira (13) na Mesa do Congresso as assinaturas de 172 deputados e de 30 senadores favoráveis à investigação. Mas estão todos desesperançosos quanto ao sucesso da CPI. "Ela é natimorta. Vai morrer daqui a três horas. Mas vamos protocolar o pedido em respeito àqueles que o assinaram", afirmou o deputado Júlio Delgado (MG), da ala independente do PSB.

Se dois deputados apenas retirarem a assinatura, o pedido será arquivado, porque na Câmara são necessárias 171 para que uma CPI vingue; no Senado, o número é de 27. Delgado afirmou que tem a informação de que mais parlamentares deverão recuar, retirando o apoio. "Ninguém foi constrangido a assinar o pedido", disse, a título de autoconsolação, o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ).

A partir de agora, as assinaturas serão conferidas. Se houver problemas com duas delas, a CPI já vai para o arquivo. Se estiverem todas corretas, serão encaminhadas à Mesa do Congresso. Caberá, então, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocar uma sessão do Congresso – não há nenhuma marcada. Nessa sessão, que ninguém sabe dizer ainda quando ocorrerá, será lido o requerimento de criação da CPI. No dia seguinte, o ato será publicado. As assinaturas podem ser retiradas até meia-noite do dia anterior àquele em que houver a publicação.

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