Quatro das sete principais redes de supermercados do interior do Estado de São Paulo estão com o fornecimento de produtos da Parmalat comprometido, principalmente laticínios e biscoitos.
A situação é verificada nas redes Gimenes, Bom D+, Coopercitrus e Sempre Vale, cadeias de varejo que atendem a cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Sertãozinho, Marília, Bauru e Bebedouro, informaram representantes das empresas.
A estratégia da Parmalat do Brasil seria priorizar a entrega de produtos às grandes redes varejistas – como Pão de Açúcar, Wal-Mart e Bompreço – para garantir maior visibilidade da marca.
A rede Gimenes, oitava maior do Estado de São Paulo, com mais de 20 lojas na região de Ribeirão Preto, suspendeu o contrato pelo qual recebia produtos da Parmalat. De acordo com o diretor comercial da rede, José Sarracini, a interrupção aconteceu na semana passada, um dia antes do pedido de concordata da subsidiária brasileira do grupo italiano.
“A iniciativa de cancelar o contrato partiu da própria Parmalat e foi aceita de imediato”, explicou Sarracini. Ele revelou que a última entrega de mercadorias aconteceu na sexta-feira, dia 30 e que, a partir dos próximos dias, os produtos Parmalat não serão encontrados nas lojas da rede.
A rede Bom D+, com seis lojas na região de Marília, teve problemas com o abastecimento de leite longa vida na semana passada. “Já nesta semana não veio absolutamente nada”, disse o diretor comercial da rede, Vicente Giacomini, acrescentando que a empresa já começou a vender duas novas marcas de leite para ocupar o espaço deixado pela Parmalat.
Segundo representantes da Transportadora Real, uma das principais distribuidoras da Parmalat em São Paulo, nesta quinta-feira cerca de 60 toneladas de carga deixaram de ser retiradas do centro de distribuição da multinacional em Jundiaí, também no interior paulista, por problemas de atraso de pagamento à transportadora.