Rio (AE) – O empresário Arthur Osório Falk, dono da Interunion Capitalização, que administrava o Papatudo, atualmente em liquidação judicial, foi preso na noite de quarta-feira por ordem do desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2.ª Região (Rio e Espírito Santo). Acusado de tentar criar fatos no processo que pedia a revisão da sua condenação a 13 anos e 2 meses de cadeia, Falk teve a condenação confirmada no último dia 12 de julho, quando a 1.ª Turma Especializada do TRF acompanhou o voto de Gomes, relator do processo.
A pena foi reduzida para 9 anos e 2 meses e multa de R$ 192,5 mil. Na ocasião, porém, a Justiça lhe garantiu o direito de apelar em liberdade. Doze dias depois, as procuradoras regionais da República Silvana Batini Gós e Mônica Campos de Ré requereram a prisão temporária e a execução provisória da condenação em nome da garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.
Elas demonstraram no processo a pressão que o empresário vinha fazendo junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão fiscalizador da Interunion. O empresário tentou, segundo as procuradoras, criar fatos que ajudassem sua defesa. Segundo a documentação apresentada ao desembargador, Falk teria interferido na destituição do antigo liquidante da Interunion, Antônio Roberto Nóbrega Telles de Menezes. As procuradoras utilizaram ainda a dupla nacionalidade do empresário como argumento para o risco de fuga do País.
A Interunion, nos anos de 1994 e 1995, lançou 555 milhões de títulos de capitalização, chamados Papatudo, vendidos com o atrativo de sorteios de brindes pela TV às pessoas das classes E e D. Eles deveriam ser resgatados depois de 12 meses pela metade do valor mais o rendimento. Como Falk desviou o dinheiro arrecadado para outras empresas do seu grupo, a Interunion quebrou sem ter como recomprar os papéis. Até hoje são 155 milhões de títulos não resgatados.