Presidente da Liga nega manipulação no Carnaval do Rio de Janeiro

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse que é "deplorável" e "sem fundamento" a acusação do delegado da Polícia Federal Emanuel Henrique Oliveira de que o resultado do Carnaval 2007 do Rio teria sido manipulado para dar a vitória à Beija-Flor. Segundo ele, 31 dos 40 jurados do desfile irão entrar na Justiça contra as declarações feitas pelos delegado à imprensa, afirmando a existência de fraude. As declarações foram feitas em sessão da CPI do Carnaval, instalada na Câmara de Vereadores do Rio.

Segundo o relatório do inquérito da Polícia Federal, em processo que tramita na 6ª Vara Federal Criminal, há indícios de que os jurados e seus familiares teriam sofrido ameaças de morte caso não aceitassem propina oferecida pelo presidente da Beija-Flor, o bicheiro Anísio Abrão David. O atual presidente da Liga substitui Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, preso na primeira etapa da Operação Furacão (Hurricane). Um dos trechos da escuta telefônica anexada ao processo fala na distribuição de um "kit", que seria entregue na casa dos jurados. Segundo Castanheira, o kit era composto do manual do julgador, um livro sobre os enredos e ajuda de custo para deslocamentos.

O vereador Rogério Bittar (PMDB), relator da CPI, perguntou sobre a natureza dos R$ 10,7 milhões repassados pela prefeitura à Liga. Uma das denúncias afirmava que seria um empréstimo irregular. Castanheira respondeu que R$ 5 milhões são de adiantamento, R$ 5,7 milhões são de doação com contraprestação, R$ 350 mil foram para incremento do sistema de som e R$ 150 mil para a festa de abertura. O vereador Bittar disse estar satisfeito com as respostas.

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