Polícia Federal indicia 54 na Operação Gabiru

Maceió – O delegado Andrei Passos, da Polícia Federal (PF), apresentou ontem a conclusão do inquérito policial sobre a Operação Gabiru, indiciando 54 acusados, entre eles, oito prefeitos, seis ex-prefeitos e o deputado estadual Cícero Amélio (PMN). Dos 31 presos, 19 continuam na carceragem da PF, cumprindo prisão preventiva decretada pela Justiça. O inquérito, com 1.400 folhas – incluindo o relatório final, com 350 laudas – e 40 volumes de provas será entregue hoje por Passos ao desembargador federal Marcelo Navarro, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região, com sede no Recife. Entre o material apreendido com a quadrilha, estão nove carros de luxo e um caminhão-baú usado para transportar merenda escolar. A PF apreendeu também com os integrantes do bando cerca de R$ 3 milhões, em dólares, euros, reais, pedras preciosas (esmeraldas) e cheques. A PF calcula que a quadrilha tenha desvia só nos três primeiros meses deste ano cerca de R$ 2 milhões e que os integrantes agiam há mais de dez anos. Por isso estima que o rombo causado seja superior a R$ 120 milhões, mas os cálculos dos prejuízos ainda são feitos por técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU).

O superintendente da PF em Alagoas, Carlos Rogério Cota, disse que a conclusão da Operação Gabiru não significa o fim das apurações sobre o desvio de recursos públicos em outras prefeituras. Segundo Cota, a partir do inquérito-mãe, outros procedimentos investigativos serão abertos para apurar indícios de irregularidades em pelo menos 39 administrações municipais alagoanas. ?Este é o resultado da primeira etapa de trabalhos que realizamos para apurar o desvio de recursos federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), destinado à compra da merenda escolar, em 11 prefeituras do Estado?, afirmou.

Passos fez um balanço das investigações. Ele disse, num primeiro instante, que ?a Operação Gabiru foi repleta de êxito e que todos os mandados expedidos pela Justiça Federal foram devidamente cumpridos?. O delegado também deixou claro ?que não há prazo para que os 19 presos que se encontram na carceragem da Superintendência da Polícia Federal sejam liberados.?

?Esta é uma decisão que depende da Justiça Federal, através do desembargador federal Marcelo Navarro?, acrescentou.

Passos disse que a averiguação começou em agosto, com base em relatórios da CGU. ?O resultado da investigação que nós fizemos é de que se trata de uma organização criminosa que existia em Alagoas, com o objetivo de desviar verbas da União. Além das 54 pessoas indiciadas por participação no esquema, foram ouvidas outras 43 pessoas?, afirmou.

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