PMDB deflagra corrida para sucessão no Senado

Preocupado com o vácuo de poder provocado pelo licenciamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o PMDB desencadeou o processo sucessório e já avisou que quer a cadeira. ?Não estamos discutindo sucessão agora, mas acho difícil a bancada do PMDB abrir mão do cargo?, afirmou o líder do partido, senador Valdir Raupp (RO).

A articulação começou no mesmo dia em que o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), leu o pedido de licença por 45 dias, confirmando a decisão anunciada pelo próprio senador alagoano, em comunicado na TV Senado, na quinta-feira. Muitos supunham que Renan pudesse até mesmo renunciar à presidência.

?Em princípio, o partido não admite perder o cargo?, destaca o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ele próprio apontado como opção para suceder Renan. ?O problema do PMDB é formar o consenso?, admite.

Linha de frente da campanha em favor da candidatura de Pedro Simon (PMDB-RS), o senador Gerson Camata (PMDB-ES) disse ontem que o nome do gaúcho serve não só ao partido e ao Senado, como também ao governo. ?Ele não fará negociatas com o Planalto?, justifica.

Tanto Camata quanto o líder Raupp avaliam que o mais forte candidato do PMDB é o senador José Sarney (AP). ?Mas Sarney só aceitaria o cargo se fosse unanimidade no partido e na base governista?, diz Camata, ao salientar que, nesse momento, só há consenso em torno de uma coisa: a inconveniência da volta de Renan. ?Só a ameaça de Renan voltar já atrapalha o Senado.?

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