Pesquisa revela que retrato do Brasil ainda preocupa

O retrato do Brasil revelado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Brasil avançou em 2004, embora alguns indicadores ainda deixem a desejar.

A quantidade de pessoas ocupadas cresceu 3,2%, o que representam um contigente de 2,7 milhões de pessoas. O número de empregos com carteira assinada cresceu 6,6% e a concentração de rendas obtidas com o trabalho melhorou, graças ao aumento real de 3,2% obtido pelos 50% que ganham menos e a queda de 0,6% da outra metade que ganha mais.

O rendimento médio real da população (R$ 733) ficou no mesmo patamar da pesquisa anterior, mas interrompeu um período de sete anos consecutivos de quedas. Do contigente ocupado, 45 5% eram mulheres, o maior índice registrado até hoje.

Na educação, também houve avanços, embora a taxa de analfabetismo para as pessoas acima dos 10 anos tenha ficado 10 5% na média nacional, ultrapassando a 20% no Nordeste. Em 2004, 2,9% de jovens na faixa dos 7 anos aos 14 anos, que deveriam estar cursando o ensino fundamental estavam fora das salas de aulas. O índice é alto, mas é bem melhor do que os 4,3% observados em 2003.

Um dado que preocupou aos pesquisadores do IBGE foi a quantidade de crianças e adolescentes no mercado de trabalho: em 2004, 5,3 milhões de jovens e adolescentes na faixa dos 5 anos aos 17 anos estavam trabalhando, principalmente no setor agrícola, que detinha 75% do contigente ocupado de 5 a 9 anos de idade e 59,1% na faixa de 10 a 14 anos.

Os serviços de esgoto e abastecimento de água registraram melhora em relação a 2003, mas ainda estão longe do que seria pelo menos razoável. Pelos números divulgados ontem, 9 milhões de residências (17,8%) permaneciam sem abastecimento de água em 2004, 15,5 milhões (30,4%) sem um sistema adequado de esgoto; e 7,5 milhões (14,8%) sem serviço de coleta de lixo.

Com relação à telefonia, a proporção de domicílios com telefones passou de 37,6% para 66,1% nos últimos cinco anos (cresceu 9,2% no ano passado).

Mesmo assim, 17,6 milhões de famílias permanecem sem telefone, fixo ou celular. Entre os serviços pesquisados pelo IBGE, a iluminação elétrica mantém a dianteira com a maior cobertura nacional. Em cinco anos caiu pela metade o número de casas sem energia elétrica. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a taxa de cobertura já é de 99,9%, embora no Tocantins 16,3% das residências continuem no escuro.

Importante também na PNAD divulgada hoje foi o crescimento no número de moradias com microcomputadores, hoje presentes em 17% das residências brasileiras, a maioria com conexão à internet.

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