Paulinho diz que fará oposição a Lula se mínimo não for de R$ 240

O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva encontrará uma oposição ferrenha da Força Sindical, caso não coloque em prática a promessa de elevar o salário mínimo para R$ 240 no próximo ano. A afirmação é do presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Segundo ele, não é preciso exagerar no valor, mas a Força Sindical não vai aceitar um piso inferior a R$ 240. “É um absurdo que se fixe um valor inferior a R$ 240 e, se isso for feito, o Lula já vai começar o governo decepcionando.”

Paulo Pereira da Silva, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PPS),  informou que a Força Sindical realizará, no dia 12 deste mês, uma reunião com seus dirigentes para avaliar a situação atual e as perspectivas do futuro governo. Nesse encontro, será elaborada uma carta de intenções a ser encaminhada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

“Vamos encaminhar essa carta com as propostas que consideramos essenciais para a classe trabalhadora, tais como a redução dos juros, o crescimento da economia e a aprovação das reformas, entre outras propostas”, destaca Paulinho. De acordo com o líder sindical, após o encaminhamento dessa carta de intenções, ele tentará uma audiência com Lula.

Outra proposta considerada essencial para o presidente da Força Sindical é a redução das alíquotas do Imposto de Renda. “Manter um percentual de 27,5% não dá.” O coordenador da equipe de transição do governo petista, Antônio Palocci (PT), já sinalizou que antes de uma análise mais profunda, não deverá haver alteração imediata nas alíquotas do IR.

Mas Paulinho garante que o tema é urgente e as alíquotas precisam ser revistas. “Acredito que as duas maiores dificuldades iniciais de Lula no governo serão o valor do salário mínimo e as alíquotas do Imposto de Renda”, emendou.

Além de falar da oposição que a Força Sindical pretende fazer ao novo governo, caso não sejam atendidas as reivindicações consideradas necessárias, Paulinho não poupou críticas à Central Única dos Trabalhadores (CUT): “A CUT agora é governo, tudo que o Lula falar, ela vai bater palmas. Nós da Força não temos este compromisso, por isso, vamos fazer oposição e cobrar posições do novo governo toda vez que considerarmos necessário”.

No seu entender, a função de um movimento sindical não é ser oposição ou situação, não é simplesmente aplaudir ou criticar, é defender os interesses da classe trabalhadora.

Amanhã (dia 1.º), a partir das 6 horas da manhã, a Força Sindical pretende mobilizar cerca de 100 mil metalúrgicos da Grande São Paulo para um movimento de um dia de greve. A paralisação é decorrência da falta de acordo com os sindicatos patronais nas negociações sobre a reposição salarial da categoria. Entre as reivindicações, estão: reajuste de 15%, manutenção das cláusulas sociais, participação nos lucros e resultados (PLR), garantia de emprego e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Além da paralisação, está programada uma passeata que sairá da estação Paraíso do Metrô, zona sul da capital, por volta das 9h, em direção à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Paulinho vai comandar a greve na Monark, a partir das 6h. Segundo ele, caso não haja acordo com os patrões até a semana que vem (a Força está negociando com sete grupos patronais), a categoria poderá entrar em greve por tempo indeterminado. “Será guerra total”, avisa o presidente da entidade.

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