Patrus nega candidatura, mas critica aliança com PSDB

Um dia depois de ter sido escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ajudar a resolver o impasse envolvendo a polêmica aliança entre o PT e o PSDB para a prefeitura de Belo Horizonte, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, desconversou quando questionado sobre as articulações de bastidor, levadas a cabo pelo governo e pela cúpula do PT, para que concorra à prefeitura de Belo Horizonte. "Eu não sou candidato, mas quero ajudar nesse processo", admitiu. Patrus disse que ocorreram "equívocos" na montagem do acordo entre o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB).

"Foi um processo de cima para baixo: as instâncias partidárias e as bases históricas do PT não foram ouvidas, assim como também não foram ouvidos nossos interlocutores fundamentais, como o vice-presidente José Alencar e o ministro das Comunicações, Hélio Costa", criticou o ministro. Aécio e Pimentel querem emplacar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB), secretário de Desenvolvimento Econômico do governo mineiro, à prefeitura de Belo Horizonte, mas o Diretório Nacional do PT criou dificuldades para o acordo.

Diplomático, Patrus repetiu que não é contra alianças, nem mesmo com o PSDB. "Mas precisamos construir um nome mais amplo, que obtenha consenso e seja mais representativo", ressalvou. Para a cúpula do PT, o único que se encaixa nesse figurino é justamente Patrus. Ele, porém, resiste. Patrus lembrou que há outros nomes que agregam forças, como o da ex-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Lúcia Gazzolla, também filiada ao PSB.

Patrus deu as declarações ao sair do auditório onde participou hoje da abertura do Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial. O ministro destacou a importância das eleições municipais de outubro e conclamou a platéia a prestar atenção na escolha dos candidatos. "Fiquem atentos!", disse. "Um bom prefeito, honesto, comprometido com o povo e com vontade de fazer, faz a diferença: pode eliminar a fome, a desnutrição e a pobreza extrema do seu município", insistiu.

Patrus lembrou que o prefeito tem à disposição "recursos enormes", definidos por ele como "justos e necessários", para ajudar a população. "Além dos recursos do município, que pode cobrar com justiça tributária, já que os ricos podem pagar mais, todas as nossas políticas sociais estão direta ou indiretamente lá", afirmou o ministro, que comanda o Bolsa Família, principal programa social do governo Lula.

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