Parentes de vítimas de Eldorado dos Carajás recebem indenização

Exatos doze anos depois do assassinato de 19 trabalhadores sem terra, no episódio conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, um grupo de 20 sobreviventes e parentes de vítimas recebeu nesta quinta-feira (17) indenizações do governo do estado do Pará, pagas em cumprimento a uma decisão da Justiça de 2005. O massacre ocorreu no dia 17 de abril de 1996, quando a Polícia Militar do estado foi acionada para conter cerca de 1,5 mil trabalhadores que interditaram uma rodovia durante uma marcha em protesto contra a demora na desapropriação de terras para reforma agrária. Outros 69 trabalhadores e 12 policiais ficaram feridos no episódio.

De acordo com o governo paraense, o valor total dos repasses é de cerca deR$ 1,4 milhão e as indenizações variam entre R$ 30 mil e R$ 90 mil. Cada família ainda receberá atendimento médico e pensão vitalícia, também previstos na decisão judicial.

O pagamento é um ato simbólico, uma reparação econômica imediata, mas não vai mudar a vida das pessoas ou apagar o que aconteceu. As seqüelas físicas e psicológicas daquele dia vão permanecer para sempre na vida de quem esteve lá, avalia um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará, Ulisses Manaças.

Segundo Manaças, para lembrar os 12 anos do massacre, os trabalhadores sem terra realizaram nesta terça-feira (17) uma série de protestos no estado. Além de manifestações no município de Eldorado dos Carajás, os trabalhadores acamparam em uma praça no centro de Belém, e em frente sede da mineradora Vale, também na capital, em resposta a acusações feitas por diretores da empresa ao movimento recentemente. À noite, um culto ecumênico no local do massacre vai homenagear os trabalhadores mortos.

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