Para Rainha, Justiça emperra reforma agrária

O líder do Movimento dos Sem Terra (MST), José Rainha Júnior, acusou ontem a Justiça de emperrar a reforma agrária. Rainha visitou um acampamento às margens da fazenda Floresta, em Araçatuba, de onde 60 famílias foram despejadas quando estavam sendo assentadas pelo Incra. ?Essa decisão, tomada por um juiz substituto de primeira instância, é absurda?, afirmou Rainha.

Por decisão da própria Justiça Federal, que considerou a área improdutiva e autorizou a desapropriação da fazenda, o Incra obteve a posse da área e preparava o assentamento das famílias quando uma outra decisão, baixada pelo juiz substituto da Justiça Federal de Araçatuba, cancelou o processo de reforma agrária.

As famílias foram para a beira da rodovia, às margens da fazenda esperar decisão de instância superior, mas nesta semana outra decisão obrigou-as a abandonar o local e ficar a pelo menos 20 quilômetros da fazenda. ?Isso é um retrocesso. Enquanto todo mundo luta para tocar a reforma agrária para frente, a Justiça atrasa?, afirmou Rainha aos líderes dos sem-terra.

Rainha Júnior aproveitou a viagem a Araçatuba para lançar a candidatura de sua mulher, Diolinda, a deputada estadual pelo PT.

Há uma semana, José Rainha já havia se manifestado para anunciar a criação de uma ?frente única? de movimentos para acelerar a reforma agrária no Estado de São Paulo. A primeira ação está prevista para o mês de agosto, com a invasão de 20 fazendas no Pontal do Paranapanema e na Alta Paulista, no oeste do Estado. Já aderiram à nova frente o Movimento dos Agricultores Rurais Sem Terra (Mast), o Unidos pela Terra (Uniterra), a Associação Renovadora Sem Terra (ARST) e o Movimento Nacional e Federal (MNF). 

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