Pará cria força-tarefa para cumprir reintegrações de posse

O governo do Pará decidiu criar uma força-tarefa para cumprir as ordens de reintegração de posse que estão pendentes. O grupo, que inclui policiais militares, bombeiros, assistentes sociais e agentes de saúde pública, começou a atuar nesta semana no município de Castanhal, na região nordeste do Estado, a 72 quilômetros de Belém. Na quinta-feira (2), ao dar entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, por telefone, a primeira preocupação do secretário foi informar que os trabalhos correm pacificamente.

A maior preocupação dos responsáveis pela operação é evitar qualquer violência. A governadora Ana Júlia Carepa (PT), assim como o seu antecessor, Simão Jatene (PSDB), vive sob o signo do medo do que ocorreu em Eldorado dos Carajás, no sul do Estado, em abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais morreram durante confronto com a PM. A operação é comandada diretamente pelo secretário de Segurança Pública do Pará, Geraldo Araújo, ex-superintendente da Polícia Federal em São Paulo.

Semanas atrás, ao ser divulgada a informação de que existem 111 ordens judiciais de reintegração de posse paralisadas no Pará, o secretária havia retrucado que não podia executá-las por falta de recursos. Ontem informou que retirou recursos de outras áreas da secretaria para colocar a operação em andamento. “O atual governo, ao tomar posse, dois anos atrás, recebeu uma herança de 173 ordens de reintegração, urbanas e rurais”, afirmou. “Desse total, já cobrimos 40 e estamos trabalhando para cobrir outras.”