Para CNBB, eleições tiraram PT do plesbiscito sobre Alca

O representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na organização do 8.º Grito dos Excluídos, d. Pedro Luiz Stringhini, atribuiu às eleições o fato de o PT ter se retirado da organização do plebiscito sobre a Área de Livre Comércio (Alca). ?Preferia que eles não tivessem se retirado da cúpula. Mas foi uma decisão momentânea. Certamente, passado um tempo, eles retornarão.?       

Durante a apresentação do programa do Grito dos Excluídos, conjunto de manifestações feitas tradicionalmente no 7 de setembro, Stringhini defendeu a retirada do País nas negociações da Alca. ?O lema do grito deste ano, Soberania Não se Negocia, já resume o nosso pensamento. Esperamos que o novo governo atenda ao apelo popular e se retire das negociações.? 

Organizado pela CNBB e outras 60 entidades sindicais e de movimentos populares, o plebiscito nacional será feito entre 1.º e 7 de setembro. Entre as perguntas da cédula, está a retirada do País das negociações. ?Esperamos que o resultado da pesquisa seja levado em conta pelos novos governantes.? Para a consulta, foram feitas mais de 20 milhões de cédulas. Elas poderão ser respondidas em igrejas, centrais sindicais e pontos de grande passagem do público, como praças e metrôs. Os organizadores calculam que o plebiscito supere a marca de 6 milhões de votos obtida em 2000, quando foi feita a consulta sobre dívida externa.

 Audiência – A intenção é apresentar dias 17 e 18 o resultado do plebiscito para Fernando Henrique Cardoso, representantes do Congresso e Embaixada dos Estados Unidos. A audiência com o presidente, contudo, não está confirmada. 

 Entre as entidades que participam da organização do plebiscito e do Grito estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Central de Movimentos Populares.  ?Desde o movimento Diretas-Já não se via uma mobilização popular tão grande quanto a que estamos vendo agora, contra a Alca?, disse o líder do MST, João Pedro Stédile. ?O curioso é que, embora seja um tema que vá afetar a vida de todo o brasileiro, o Brasil tem enviado às negociações somente diplomatas em início de carreira?, completou.

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