Para Calheiros, ministro falou a verdade e convenceu

  Agência Senado
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Renan: os outros têm de
fazer o mesmo que Palocci.

Recife – O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem, no Recife, que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi "convincente, verdadeiro e incisivo", ao se pronunciar ontem (21) sobre as acusações do ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Rogério Tadeu Buratti, que o acusou, sexta-feira (19), em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), de receber propina de R$ 50 mil mensais do Grupo Leão & Leão, quando era prefeito. De acordo com Calheiros, a manifestação "criou um balizamento dentro do próprio governo".

"As pessoas que quiserem esclarecer mesmo, mesmo, vão ter de fazer um pouco do que ele fez", disse. O presidente do Congresso disse que não poderia recomendar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse a público, como Palocci, e conversasse com a imprensa, sem restrições. Calheiros preferiu generalizar: "Do ponto de vista do esclarecimento que se quer, seria muito bom que, sempre que houvesse dúvida, alguém se colocasse à disposição para colaborar com o esclarecimento definitivo dos fatos."

No entanto, a despeito do bom desempenho do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, senadores de partidos aliados e de oposição ao governo estranharam um fato: os bons tratos dispensados pelo ministro a seu detrator. A avaliação geral é de que Palocci "poupou" Buratti. "Palocci é tão educado que deu tratamento vip a seu acusador", resumiu o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), com uma ponta de ironia. Não foi por acaso que parlamentares da oposição que ocuparam a tribuna do Senado ontem para tratar deste assunto defenderam a continuidade das investigações.

Enquanto líderes aliados avaliam que Buratti já disse o que de mais grave poderia ter dito no que se refere ao ministro da Fazenda, os líderes da oposição acreditam que a situação de Palocci pode se complicar e se preparam para "apertar" o ex-assessor de Palocci na CPMI. Nas conversas de bastidor, pefelistas e tucanos da Câmara e Senado avaliam que o depoimento de Buratti pode ser "explosivo", a menos que seja "jogo combinado" com o ministro da Fazenda. A oposição aposta que há irregularidades em contratos assinados por prefeituras petistas de todo o País com empresas de coleta de lixo, de transporte coletivo e de jogos, e incluem aí o prefeito Palocci.

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