Padre detido por assediar menores

Bauru – O padre José Eduardo Balikian, de 38 anos, que trabalhou por um ano e meio como pároco da Igreja de Santo Antonio, uma das principais paróquias de Marília, a 450 quilômetros de São Paulo, está preso na cadeia pública de Gália, sob a acusação de abuso sexual contra duas irmãs menores, de 15 e 16 anos de idade.

Ele foi preso na última sexta-feira, em Londrina (PR), onde se encontrava escondido na casa de um amigo, depois de ser acusado pelo pai das adolescentes. O pai, que pediu para ter sua identidade preservada, entregou à polícia 150 e-mails enviados às filhas pelo religioso, que declarava amor e marcava encontros. A delegada Rosana Camacho, que preside o inquérito instaurado no último dia 7, disse que pediu a prisão diante da possibilidade de o acusado fugir antes das investigações.

O pai das vítimas disse que sua família é tradicionalmente religiosa, tendo nas gerações anteriores ajudado a construir a igreja. Segundo ele, o padre freqüentava sua casa, assim como a de outras famílias da paróquia. Ele afirmou que levou o caso a polícia e ao bispo local após flagrar o padre e uma de suas filhas em frente de um drive-in. Segundo ele, durante discussão, o padre o ameaçou.

Segundo o pai das meninas, José Eduardo Balikian teria se valido de informações de confessionário e de sua condição eclesiástica para seduzir suas filhas. Uma das meninas teria confessado não ser mais virgem e, a partir daí, o padre a teria convencido a romper com o namorado e tornar-se sua amante.

A delegada Rossana Camacho passou a tarde de ontem ouvindo outras testemunhas – são onze já intimadas – e hoje deverá interrogar o padre. Sua prisão temporária – de cinco dias – vencerá amanhã, quando poderá ser libertado.

 A defesa do padre José Eduardo Balikian não se manifestou com a imprensa. E tão pouco deixou transparecer qual vai ser a sua estratégia de defesa para tentar livrar o pároco das grades e reparar o dano à sua imagem de religioso, caso seja inocente.

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