Fatalidade

Outros incêndios também deixaram o Brasil de luto

Esta não foi a primeira vez que o Brasil chorou por vítimas de tragédias envolvendo incêndios de grandes proporções. Além do caso da Boate Kiss, em Santa Maria, que deixou 231 mortos, pelo menos outros quatro casos causaram enorme comoção no País. O maior deles aconteceu no dia 15 de dezembro de 1961, em Niterói, Rio de Janeiro. O caso envolveu uma vingança contra o “Gran Circus Norte Americano”, resultando na morte de 503 pessoas.

No fatídico dia, cerca de três mil pessoas assistiam ao espetáculo, quando três bandidos, José Santos, Walter dos Santos e o líder dos assassinos, Adílson Alves, cometeram o bárbaro crime. O motivo? Alves, que havia sido contratado para ajudar a erguer a grande lona do circo, se desentendeu com o dono do circo e fora demitido. Jurando vingança, Alves e seus comparsas atearam gasolina no circo, próximo do final do espetáculo. Foram 20 minutos de puro terror. De cada 10 mortos, sete eram crianças. Os três marginais foram condenados. Adílson foi condenado a dezesseis anos de prisão e a mais seis anos de internação em manicômio judiciário, como medida de segurança. Em 1973, ele fugiu da prisão e pouco tempo depois foi assassinado. José foi condenado a quatorze anos de prisão e mais dois anos em colônia agrícola e Walter a dezesseis anos de condenação e mais um ano em colônia agrícola.

Arquivo/Tribuna
O fogo no Edifício Andraus começou no segundo pavimento e rapidamente se espalhou pelos seus 32 andares.

Em 24 de fevereiro de 1972, em São Paulo, no edifício Andraus, no centro da capital paulista, ardeu em chamas. O fogo, que ninguém soube como começou ao certo, iniciou no segundo andar e rapidamente se espalhou pelos seus 32 andares. A estrutura do prédio balançava com as explosões e o fogo. O saldo do incidente foi de 16 mortos e 330 feridos.

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Um curto circuito em um aparelho de ar condicionado transformou o Edifício Andraus em um inferno.

Quase dois anos depois após o inferno no Edifício Andraus, no dia 1º de fevereiro de 1974, o Brasil assistia atônito um incêndio em outro prédio de São Paulo, o edifício Joelma. Um curto circuito em um aparelho de ar condicionado transformou o prédio em um inferno por oito horas e meia. Imagens de pessoas se atirando pelas janelas e buscando refúgio no topo do prédio de 25 andares à procura de socorro chocaram o Brasil, que acompanhava o sofrimento daquelas pessoas ao vivo. No final, 188 pessoas morreram e 335 ficaram feridas. Cinco pessoas foram condenadas pelos crimes de negligência e omissão.

Novamente em fevereiro, no dia 17, no ano de 1986, o fogo destruiu o edifício comercial Andorinha, no Centro do Rio de Janeiro. Os bombeiros tiveram muita dificuldade para lidar com a situação, pois, além do fogo, estavam lidando com problemas como falta d’água e de equipamentos. A tragédia resultou em 23 mortos e 40 pessoas feridas. Assim como no caso do edifício Joelma, imagens registraram pessoas pulando do edifício para fugir do incêndio.

Arquivo/Tribuna
Além do fogo, os Bombeiros tiveram que lidar com problemas como falta d’água ,na tragédia no Edifício Comercial Andorinha.