OCDE pede investimento em educação para conter crise

Investir em melhor educação ajudará os países a deixarem a crise, além de trazer mais renda para os que decidirem estudar mais, afirmou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um relatório divulgado hoje. “Conforme saímos da crise econômica global, a demanda por educação universitária será maior que nunca”, notou a secretária-geral da organização, Angel Gurría, em comunicado, após a liberação do relatório anual “Education at a Glance”.

A OCDE é um importante fórum político para as 30 nações mais ricas do mundo. O documento afirma que as crescentes vantagens para os mais escolarizados e a persistência do alto desemprego farão com que mais jovens desejem estudar mais tempo. Isso beneficiará tanto indivíduos quanto os Estados em que eles vivem, diz o estudo, que fornece uma série de indicadores de performance nos sistemas educacionais nos países da organização.

O fato de frequentar uma universidade reflete mais tarde em melhores salários, melhor saúde e menos vulnerabilidade ao desemprego, lembra o documento. Na maioria dos países, a diferença nos salários entre os que têm faculdade e os que não têm continua a aumentar, aponta o relatório. Um estudante com um grau universitário pode esperar um acréscimo em sua renda bruta durante sua vida produtiva de mais de US$ 186 mil, na média das nações da OCDE, comparado com alguém apenas com ensino médio.

“Para uma mulher o valor é menor, refletindo a disparidade na maioria dos países entre os ganhos de homens e mulheres”, nota a OCDE. Ainda assim, aquelas com mais tempo de estudos conseguem US$ 134 mil a mais que aquelas apenas com o ensino médio. Nos Estados Unidos, essa diferença fica em US$ 367 mil para homens e US$ 229 mil para mulheres.

Benefícios

O relatório aponta também para os benefícios aos países. No caso de um homem graduado, descontando os custos diretos e indiretos, o retorno líquido médio para o país fica em quase US$ 52 mil ao longo da vida desse homem. É quase o dobro do valor originalmente investido, aponta o documento.

Os dados são fortes incentivos para investimentos em educação, seja com financiamento público ou privado. A OCDE também registrou um aumento no número de graduados de 4,5%, na comparação entre 1998 e 2006. Outra melhoria é o fato de que a educação para crianças entre os 3 anos e 4 anos também ganha espaço nessas nações. As informações são da Dow Jones.