Mutirão policial caça bandidos em todo o país

Brasília – Polícias Civis dos 26 estados e do Distrito Federal deflagraram ontem um mutirão nacional para capturar pessoas condenadas por homicídio e que se encontravam foragidas. A operação, até então inédita no País, foi chamada de ONPC-1 (Operação Nacional do Plano de Visibilidade da Polícia Civil) e começou efetivamente na segunda-feira, com ações de inteligência. O rastreamento dos bandidos fez com que mais de duas mil pessoas fossem presas.

Coordenada pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil dos estados, a operação inaugura um processo de atuação policial cooperativa entre as unidades da Federação. Segundo o delegado Celso Ferro, diretor do Departamento de Atividades Especiais do Distrito Federal, o mutirão policial tem também o objetivo de alertar as autoridades federais sobre a ausência de articulação nacional nas políticas públicas de segurança. ?A falta de integração operacional e sobretudo de intercâmbio de informação, prejudica a eficiência policial?, disse.

A crítica tem como endereços o Ministério da Justiça e em particular a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), criada para articular e apoiar as ações dos estados no combate à criminalidade. ?Não temos sido ouvidos na formulação de políticas públicas, na elaboração de leis, nem na destinação de recursos?, queixou-se Ferro.

A operação mobilizou mais de 40 mil policiais e só em São Paulo prendeu 1.675 pessoas. No estado foram feitos 583 flagrantes, 219 menores apreendidos, recapturados 257 fugitivos, 1.395 mandados de busca e apreensão cumpridos e 70 estabelecimentos comerciais fechados. Dos 36.554 veículos vistoriados, 1.634 foram apreendidos. Na operação, 257 armas foram apreendidas, além disso, 321,9 kg de entorpecentes foram capturados por policiais civis que participaram da operação nas 641 cidades do interior do estado.

Em Brasília, foram presas 43 pessoas condenadas por homicídios que se encontravam foragidas. No Rio Grande do Sul, 63 foram presos. No Espírito Santo, a operação terminou em polêmica, com presos trancados em ônibus por falta de vagas em presídios. Apenas 58 dos 555 mandados de prisão contra acusados de homicídio foram cumpridos. Pelo menos 35 foram mantidos em três microônibus, no pátio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória.

Ao menos 130 pessoas foram presas em Mato Grosso, acusadas de homicídios, furtos, porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Na operação, que provocou superlotação nos Presídios do Carumbé e Pascoal Ramos, em Cuiabá, também foram apreendidas 12 armas. Mato Grosso tem um déficit de 3.300 vagas no sistema penitenciário.

Em Salvador, na Bahia, foram cumpridos 24 mandados de prisão (na maioria dos casos, por envolvimento em assassinatos e em assaltos e furtos), 48 detenções em flagrante e apreensão de 16 adolescentes infratores, também em flagrante.

No Ceará, a operação se concentrou no combate à prostituição infantil e ao tráfico de drogas, com prisões de estrangeiros acusados de turismo sexual.

No Paraná, 29 prisões

A Operação Nacional das Polícias Civis resultou em 29 prisões no Paraná, a maioria na Região Metropolitana de Curitiba. Para o delegado-chefe da Divisão de Polícia Metropolitana da Polícia Civil, Newton Tadeu Rocha, a operação atendeu aos anseios da própria polícia em razão do objetivo de solucionar crimes de homicídio. ?Para a criminalidade fica o alerta de que a polícia está trabalhando?, disse o delegado.

Na opinião de Newton Rocha, como o homicídio pode ser considerado o mais grave entre os delitos e o que mais preocupa a polícia, todas as prisões, decorrentes de mandados judiciais, vão favorecer a aplicação da lei penal.

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