Brasília – As mulheres são maioria na educação superior e no ensino médio no Brasil. Em 87,6% dos municípios brasileiros, há mais matrículas de estudantes do sexo feminino em cursos de graduação e, no ensino médio, elas são maioria em 73% das cidades. Os dados foram apresentados pelo ministro da Educação, Tarso Genro, na abertura do encontro da Organização das Nações Unidas pela Educação das Meninas (Ungei), em Brasília, e são baseados em pesquisa do Inep (Instituto de Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao MEC. O encontro faz parte da IV Reunião do Grupo de Alto Nível de Educação para Todos, promovida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). De acordo com o estudo, de 963 municípios que contam com, pelo menos, 100 estudantes de cursos de graduação, em 844 (87,6%), o número de mulheres é maioria (51% ou mais do total). Em 327 deles (33,9%), elas são mais de 70% das matrículas. Considerando toda a matrícula da educação superior, as mulheres têm uma presença de 56,4% e são 62,9% dos estudantes que concluem os cursos, segundo o Censo da Educação Superior de 2003.
Em duas cidades, Amélia Rodrigues (Bahia) e Santo Antonio do Monte (Minas Gerais), todos os estudantes são mulheres. No outro extremo, com maior presença masculina, estão os municípios de Horizontina (Rio Grande do Sul) e Pederneiras (São Paulo), respectivamente com 97% e 82,1%.
Em 73% dos municípios brasileiros, as mulheres são maioria no ensino médio, como alunas e também como professoras (83%). O maior índice é no estado do Piauí e o menor, em Minas Gerais. Segundo Tarso Genro, o alto percentual de mulheres entre os professores está relacionado aos baixos salários do ensino básico. “Por ser considerado um emprego secundário e complementar em termos de mercado de trabalho, as mulheres têm mais presença. A solução não é uma política de ?masculinização? do magistério, mas de melhoria profunda e sistemática do salário dos professores”, afirmou o ministro.