Marta tem direitos políticos suspensos até 2008

São Paulo – A juíza Christine Santine, da 14.ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu os direitos políticos da ex-prefeita Marta Suplicy até 2008, por ter contratado uma organização não governamental (ONG) sem licitação em 2003. Marta e a secretária de Educação, Maria Aparecida Perez, foram condenadas também a pagar multa equivalente a 100% do salário recebido da Prefeitura na data de assinatura do contrato, corrigida até o dia do efetivo pagamento. A decisão é de primeira instância e cabe recurso.

A ex-prefeita contratou a Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual – GTPOS – para dar palestras em escolas. O GTPOS foi fundado por Marta Suplicy e outros psicólogos, psicanalistas e pedagogos especializados em sexualidade. Na sentença, a juíza afirma que a contratação não causou dano e que fixou a multa com base no proveito patrimonial do GTPOS. A ONG foi multada em 30% do valor do contrato.

Segundo Pedro Serrano, advogado de Marta Suplicy, a decisão não terá efeito prático. Ele explicou que entrará com recurso contra a decisão e com reclamação no Tribunal de Justiça, já que no dia 7 de junho o Tribunal de Justiça tinha suspendido o processo e a sentença da juíza só foi registrada no dia 9 de junho.

?Vamos ingressar com reclação porque houve descumprimento da decisão do tribunal, além do recurso. A decisão da juíza foi tomada sem direito à prefeita de produzir provas. A entidade contratada é reconhecida no meio de especialistas de orientação sexual como a mais representativa e conceituada, tecnicamente a mais capacitada?, diz ele.

Serrano afirmou que a ex-prefeita Marta Suplicy foi fundadora da entidade porque é, reconhecidamente, especialista em orientação sexual.

A defesa tem 15 dias para recorrer da sentença, mas Serrano afirmou que deve ingressar com reclamação no TJ já nos próximos dias. Para ele deve demorar anos para ter decisão final da Justiça e a suspensão dos direitos políticos só seria aplicada quando a ação estiver transitado em julgado – ou seja, não couber mais recursos.

?A sentença não repercute em efeito prático. A decisão foi tomada contra a ordem do Tribunal de Justiça?, disse o advogado.

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