Marinha reforça exercícios na área de pré-sal

A Marinha intensificou os exercícios de combate nas regiões da costa brasileira em que foram descobertas grandes reservas de petróleo nas camadas de pré-sal. No trecho que vai do litoral do Espírito Santo ao litoral norte de São Paulo, onde se concentram as novas reservas de óleo e gás, estão sendo realizados treinamentos simulados de ataque a alvos de superfície, aéreos e submarinos, bem como a abordagem e inspeção de embarcações suspeitas. “É uma riqueza a ser protegida”, justificou o capitão-de-fragata Cláudio José D’Alberto Senna, que participa do comando dos exercícios.

As ações coincidem com o ressurgimento da pirataria naval, como os recentes seqüestros de petroleiros na costa oriental da África. “Com a maior atividade petrolífera e de mineração nas nossas águas territoriais, o potencial de risco para a chamada guerra assimétrica também aumenta”, explica. Senna chama de guerra assimétrica as ações de guerrilheiros e grupos do crime organizado contra alvos potenciais, como as plataformas de petróleo da Bacia de Campos. “O fato de ainda ser um mar seguro não exime a Marinha de estar preparada”.

Com a exploração do óleo, haverá incremento no trânsito marítimo e exposição de plataformas e equipamentos. “O que ocorreu na costa da Somália (seqüestro de navios) pode ser tentado aqui.” Senna é comandante da fragata Bosísio, cuja tripulação, com 230 homens, realizou ontem dez horas consecutivas de exercícios entre Santos e São Sebastião, no litoral paulista. No percurso entre o canal de São Sebastião, de onde partiu, e o Porto de Santos, a fragata navegou com a tripulação em posto de combate, ou seja, como se estivesse numa guerra real.

Entre os exercícios, foi simulado o ataque por uma aeronave, repelido graças ao desempenho dos canhões de 40 mm, com cadência de 300 tiros por minuto e capacidade de elevação de menos 5 a 90 graus. Em outra simulação, um submarino inimigo foi atacado com o lançamento de um torpedo leve (300 quilos), capaz de buscar o alvo a até 10 mil metros. “A filosofia desse ataque é obrigar o inimigo a desistir de nos atacar para se defender.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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