Mantega diz que País segue para déficit zero

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na reunião ministerial, que acontece hoje na Granja do Torto, que o Brasil caminha para ter déficit nominal (receitas menos despesas, incluindo gastos com juros) zero em dois anos. A informação foi transmitida pela secretaria de imprensa do Palácio do Planalto. Depois da abertura feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mantega foi o primeiro a falar, fazendo uma análise da conjuntura econômica.

Segundo o Planalto, a fala do ministro se concentrou em mostrar que o País está preparado para enfrentar turbulências internacionais, como a que atualmente ocorre, porque o ciclo de crescimento de hoje está baseado no mercado interno, puxado pelo aumento da renda, que por sua vez é acompanhado de um avanço na produção industrial e importações.

Mantega também teria destacado que outro dado que demonstra a solidez da economia brasileira é a área fiscal. Ele mencionou o dado divulgado ontem pelo Banco Central, de que o superávit primário em 12 meses chegou a 4,37% do Produto Interno Bruto (PIB) e o déficit nominal atingiu o menor nível da série (2,08% do PIB). Foi nesse contexto que ele fez a projeção de o déficit ser eliminado em dois anos. O superávit primário é o resultado da diferença entre receitas e despesas, sem contabilizar os gastos com os juros da dívida pública.

Crise

Em relação à tese de que os Estados Unidos podem trazer problemas ao País, o ministro reforçou a mensagem de que o Brasil está preparado para enfrentar uma crise, mesmo em um cenário mais pessimista. Segundo o Palácio, a argumentação é que hoje os EUA não são mais a única locomotiva da economia mundial, já que China e Índia somadas representam 20% do PIB mundial, mesmo nível dos norte-americanos.

Apesar de seu discurso otimista, de realçar que o Brasil está preparado, Mantega afirmou que há desafios a serem enfrentados pelo País, que é a reforma tributária, renovar a CPMF e desonerar a folha de pagamentos. O ministro disse ainda que o Brasil vive um novo modelo de desenvolvimento que, de acordo com o Planalto, foi chamado de "social-desenvolvimentista", que seria a combinação de crescimento econômico vigoroso, com queda na desigualdade e melhora na distribuição de renda.

Voltar ao topo