Lula vem à região Sul, mas não visita o Paraná

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Paraná de fora de seu itinerário. Hoje, o presidente vem ao Sul do País para visitar as áreas atingidas pela seca, mas não irá ver os estragos da estiagem no Estado, pois, segundo fontes do Palácio do Planalto, Lula estaria magoado com o governador Roberto Requião (PMDB). Requião vem fazendo duras críticas à política econômica do governo federal. O que os agricultores paranaenses esperam é que a picuinha política envolvendo presidente e governador não atrapalhe o repasse de recursos para minimizar os estragos provocados pelo tempo.

O presidente vai ver de perto as áreas castigadas pela seca em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que já teria causado prejuízos de R$ 6 bilhões nas regiões produtoras, com impacto na safra nacional. A primeira visita de Lula será a Coronel Freitas, a cerca de 30 quilômetros de Chapecó, que está em situação de emergência há mais de 30 dias. A segunda será em Erechim (RS).

Lula visitará a propriedade de um agricultor familiar -até o final da tarde de ontem ele não havia sido escolhido entre os 1.250 produtores agrícolas do município. A estimativa é de perda integral da safra de feijão e de milho e de 80% da produção da soja. Em Santa Catarina a estiagem durou dois meses. A situação é mais grave no Rio Grande do Sul, que enfrentou estiagem de mais de três meses. Mas começou a chover nos Sul nos últimos dias.

O presidente não deve anunciar medidas, apenas reforçar o pacote de apoio aos agricultores do Sul, de R$ 1,2 bilhão, divulgado na última sexta-feira. Por isso, o presidente não deverá encontrar manifestações hostis em Coronel Freitas. Mas, os trabalhadores rurais vão aproveitar a visita de Lula, para pressionar em favor da concessão de uma espécie de bolsa de emergência, de R$ 1 mil, destinada a cobrir as perdas de cada agricultor com a seca.

Prejuízo paranaense é de R$ 1,1 bi

Curitiba – As chuvas de sábado, domingo e parte da segunda-feira em quase todo o Paraná animaram um pouco os produtores, sobretudo das regiões Sudoeste e Oeste do Estado, as mais atingidas pela longa estiagem, mas não acabaram com as perspectivas de grandes perdas. Levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, aponta que os prejuízos devem chegar a cerca de R$ 1,1 bilhão na safra de verão 2004/2005. A chuva não foi generalizada. Para ter uma visão global, a secretaria determinou que todas as regionais façam um levantamento município a município, que deve ficar pronto até a próxima semana. Pelo menos em metade das regiões com deficiência mais crônica as chuvas amenizaram o problema. A ajuda do governo Requião para perfurar poços artesianos continua. Em alguns locais, as chuvas do final de semana não foram suficientes para fazer com que os rios, poços e nascentes voltassem aos níveis normais.

Voltar ao topo