Lula: risco-Brasil pode aumentar sem crescimento econômico

O candidato a presidente da República pelo PT, Luis Inácio Lula da Silva, disse hoje, em Curitiba, que o risco-Brasil pode aumentar cada vez mais, ?se o governo brasileiro não tomar consciência de que a única segurança é a volta do crescimento da nossa economia?. Ele previu que, caso não haja crescimento econômico, geração de empregos e aumento na balança comercial, o País estará em um círculo vicioso. ?Vai precisar cada vez mais de dinheiro emprestado para poder pagar o dinheiro emprestado que tomou.?

Mesmo antes de saber do aumento de 9,93% no índice do risco-Brasil, que chegou a 1.750 pontos ontem, o candidato petista foi enfático: ?Não aceitamos a idéia de que o Brasil é um país de risco?. Para ele, o País é grande e potencialmente extraordinário. ?A regra do jogo é o Brasil voltar a crescer para acabar com a especulação?, afirmou. ?E contra a especulação o único remédio é a produção.?

Segundo Lula, a tentativa de jogar a culpa do aumento do risco-Brasil sobre o processo eleitoral foi desfeita na semana passada quando o Banco Central pretendia antecipar os títulos de vencimento em 2003 para outubro próximo e o mercado não aceitou. ?E houve uma pesquisa agora, em que o Serra (José Serra, candidato do PSDB à Presidência) se manteve com 19% e, mesmo assim, a Bolsa despencou?, exemplificou. ?A economia está fragilidade por causa da vulnerabilidade.?  O candidato petista criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso e sua equipe econômica. ?Tem que falar menos e trabalhar mais para que o Brasil possa fazer sua travessia tranqüilamente, sem susto?, disse. ?O Brasil é um país grande, tem vocação industrial, tem potencial agrícola extraordinário, e nós não podemos nos permitir sermos tratados como uma republiqueta, em que qualquer um dá palpite sobre a vida do País.? O candidato ainda advertiu: ?O governo pode estar brincando com coisa mais séria do que ele imagina e a crise pode cair no colo dele?.

Lula reiterou a proposta que já tinha feito ao governo. ?Se estiver com dificuldades e quiser conversar, estou convencido que os candidatos de oposição têm interesse em conversar?, disse. ?Mas a iniciativa tem que ser do governo.?

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