Brazzaville (Congo) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (16) que o problema da sucessão no Senado deve ser resolvido na Casa e, não, na Câmara dos Deputados ou no Palácio do Planalto. Em entrevista coletiva, Lula descartou qualquer intervenção para resolver o caso e disse acreditar na volta do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), licenciado da Presidência do Senado desde a semana passada.
?Não haverá em hipótese alguma ingerências do presidente da República?, ressaltou Lula, que pediu seriedade aos parlamentares na votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
?Ficará caro para o país se a CPMF não for aprovada porque ninguém no planeta terra pode prescindir de R$ 40 bilhões de reais?, disse o presidente. ?Eu queria que um senador que votasse contra a CPMF explicasse de onde tiraríamos o dinheiro para cobrir outras contas.?
Perguntado se a CPMF poderá algum dia ser extinta, Lula afirmou que isso só pode ocorrer quando o orçamento tiver os recursos hoje angariados com a cobrança provisória. Ainda na entrevista coletiva, o presidente negou que esteja sendo pressionado pelo PMDB para a volta do ex-ministro Silas Rondeau ao Ministério de Minas e Energia.
Na avaliação de Lula, o ministro interino Nelson Hubner está fazendo um bom trabalho. O presidente aguarda uma decisão do Ministério Público no processo contra Rondeau para tomar uma decisão sobre uma possível mudança no Ministério de Minas e Energia. ?Eu temo os que denunciaram o Silas, porque precisarão ter uma boa explicação?, afirmou Lula.
Indicado pelo PMDB, o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau pediu demissão do cargo no dia 22 de maio, após ser citado nas investigações sobre o esquema de desvio de recursos públicos desarticulado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. O secretário-executivo da pasta, Nelson Hubner, assumiu o comando do ministério interinamente.