Líder diz que MST aumentará pressão sobre governo Lula

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) vai pressionais mais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final do seu governo do que foi até agora, disse nesta quarta-feira (13) o dirigente nacional Gilmar Mauro, durante o 5º Congresso Nacional do MST, em Brasília. Essa é a forma, segundo o líder, de conseguir algum avanço na reforma agrária ainda no atual governo. Amanhã, 18 mil sem-terra prometem marchar até a frente do Palácio do Planalto.

"A conquista vai ser do povo organizado em luta e da pressão, não do compadrio e da amizade. Se não for assim, de lá (governo) não vai sair muita coisa", disse Mauro. O movimento avalia que o presidente, após a reeleição, se afastou dos movimentos sociais e firmou alianças com o agronegócio, principal inimigo dos sem-terra. O elogio do presidente aos usineiros, que chamou de heróis, foi a gota d’água.

O governo Lula, segundo o líder, não teve coragem de enfrentar o latifúndio e aderiu à política neoliberal. "Ele se afastou do compromisso com a reforma agrária." Ao criticar a "baixa produtividade dos fazendeiros", o líder do MST disse que toda a exportação brasileira de carne bovina tem valor equivalente às exportações de uma única empresa, a Embraer, de São José dos Campos (SP). "Tanta terra sendo usada para isso", criticou.

O movimento quer, de imediato, a retomada dos assentamentos e a mudança nos índices de produtividade para ampliar a desapropriação de terras pouco produtivas. Também pretende apressar a discussão sobre a limitação no tamanho da propriedade e a compra de terras por grupos estrangeiros. A pressão será feita através de marchas e invasões. "A ocupação é a forma de luta mais contundente.

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