Integrantes do Conselho querem eleição para substituir Sibá nesta semana

Brasília – Integrantes do Conselho de Ética do Senado defendem a eleição de um novo presidente para o colegiado ainda esta semana. O afastamento de Sibá Machado (PT-AC) na noite da última terça-feira (26) provocou debates esta manhã no Senado. Os senadores querem que haja nova eleição, para que a investigação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não fique parada.

O líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), disse que o vice-presidente do colegiado, senador Adelmir Santana (DEM-DF), que assume como interino a presidência, deve convocar novas eleições. ?O Senado está em crise, mas é fácil resolver desde que o vice pratique todos os atos e convoque sessão para nova eleição?, afirmou.

Péres voltou a defender o afastamento de Renan do cargo até a conclusão das investigações. ?Se Renan quisesse ajudar, pediria o afastamento?, afirmou. Ele criticou declaração do presidente do Senado de que não adiantava o Conselho de Ética fingir que está cumprindo o seu papel, ou tentar cumprir o seu papel e não cumpri-lo. ?Creio que Renan dá impressão que perdeu o senso da realidade e não está avaliando a gravidade dessa crise?, disse.

Para Renato Casagrande (PSB-ES), adiar para a próxima semana a eleição é um prejuízo. Ele criticou ainda a posição do PMDB e do DEM. De acordo com ele, as duas legendas já têm opiniões pré-determinadas, sendo que a primeira é pela inocência de Renan, e a segunda, pela culpa. ?São posições antagônicas, mas equivocadas, porque pressupõem a inocência ou a culpa?, afirmou. ?O Conselho de Ética tem que fazer uma investigação. Sempre que um líder marcar posição comete um equívoco.?

Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que a base aliada, que tem o direito de indicar um nome para o cargo, deve escolher um senador ?com coragem e moral para levar o processo adiante?. Para ele, enquanto não há eleição de um novo presidente, Adelmir Santana pode dar prosseguimento às investigações.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) acredita que o conselho não está pronto para votar e voltou a defender o presidente do Senado e colega de partido. ?Ele tomou postura de homem e pai?, afirmou. Salgado chegou a assumir a relatoria do processo contra Renan no Senado, mas se afastou em menos de 24 horas no cargo.

Renan Calheiros está sendo investigado após denúncias de que teria pago pensão alimentícia a uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso por meio de um funcionário da construtora Mendes Júnior, Cláudio Gontijo. A dúvida gira em torno da origem do dinheiro. Renan apresentou documentos para provar que teria condições de pagar a pensão com seus recursos. Os papéis vêm sendo questionados por reportagens da imprensa e a perícia da Polícia Federal.

O P-SOL apresentou representação contra o presidente da casa no Conselho de Ética. O presidente interino, senador Adelmir Santana, quer marcar uma reunião do colegiado para hoje (27) às 17 horas. Sibá, que ocupava a presidência, disse que pesaram na sua decisão para se afastar do cargo as cobranças de outros partidos pela nomeação imediata de um relator e pelo afastamento de Renan, durante as investigações.

O processo contra Renan Calheiros está sem relator desde a última quarta-feira, quando Wellington Salgado (PMDB-MG) pediu para se afastar do cargo. Ele ocupava a vaga de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que saiu de licença médica. Cafeteira apresentou parecer pedindo o arquivamento do caso, mas diversos integrantes do conselho pediram uma investigação mais aprofundada das denúncias.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna