Tragédia

Homenagens marcam os cinco anos do massacre de Realengo

Uma vigília na noite dessa quarta-feira (6) deu início às homenagens às 12 crianças mortas há cinco anos dentro da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Amigos e parentes acenderam velas e rezaram na porta da escola, em um momento de reflexão que durou cerca de uma hora.

No dia 7 de abril de 2011, às 8h15, o ex-aluno Wellington Menezes entrou no colégio e fez pelo menos 60 disparos com dois revólveres em direção aos alunos de duas salas de aula, matando dez meninas, dois meninos e deixando 12 adolescentes feridos. Após ser baleado na perna pelo policial militar Márcio Alves, Wellington suicidou-se.

Cinco anos depois, a escola retomou sua rotina. Os estudantes da época já saíram de lá e a direção também mudou. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, os responsáveis pelo colégio preferem não se pronunciar sobre a data.

Já os parentes das vítimas decidiram lutar por mais segurança nas escolas. “Relembrar é reagir, esquecer é permitir”, afirma a presidenta da Associação Anjos de Realengo, Adriana da Silveira Machado, mãe da estudante Luísa Paula da Silva, uma das 12 vítimas. Ela diz que hoje a Tasso da Silveira é uma escola-modelo, com toda a estrutura necessária e guarda municipal para fazer a segurança. Para quem a dor da tragédia permanece, a mudança tem que ocorrer em todas as escolas.

“Eu lembro que logo que aconteceu foram contratados 3 mil porteiros. Três anos depois, foram mandados todos embora. Hoje, quem abre o portão para a entrada e saída das crianças são os próprios funcionários, ou o professor, o diretor. Hoje, luto em nome da minha filha, em nome dos 12 alunos que perderam a vida e das outras crianças para que se beneficiem do que eles não tiveram. Para não ver outra mãe, outra família chorar e passar pelo que passamos”.

Segundo a Secretaria de Educação, apenas o fato de ter porteiro não garante segurança, já que no dia da tragédia havia uma pessoa responsável pela entrada no colégio, mas o assassino não foi barrado. A secretaria admite que não existe mais a função de porteiro nos quadros das escolas, mas que sempre há alguém responsável pela entrada e saída dos estudantes, além da Guarda Municipal que faz a ronda.

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