Governo vive dia de más notícias

Brasília (AE) – A quinta-feira, para o governo, teve cara de sexta-feira, 13. O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, pediu ao STF abertura de inquérito contra o ministro da Previdência Social, Romero Jucá; para completar, o governo fechou o dia enfrentando mais uma rebelião no Congresso.

Senadores e deputados reagiram fortemente à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de vetar o aumento salarial de 15% aprovado por Senado e Câmara para os seus funcionários. Irritados, eles falavam hoje (12) em derrubar o veto. O governo replicou: se o veto for derrubado, o Executivo entrará com recurso no STF.

Preocupado, Lula cancelou a viagem que faria amanhã (13) a Belo Horizonte, para participar de um encontro que discute políticas para a juventude. A irritação dos políticos se revelou em acusações ríspidas vindas de aliados. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, disse que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, "não sabe de nada" e "está falando besteira", referindo-se às explicações do ministro para o veto do Planalto.

A crise no relacionamento do governo com os parlamentares também passa pelo atrito entre o PT e os demais integrantes da base aliada. Os partidos aliados marcaram, para a semana que vem, uma reunião para discutir a crise no Congresso e não chamaram o PT. O líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), avisou que se o PT não compreender a necessidade de governar com todos os partidos da base, terá problemas de governabilidade.

O governo passou o dia colecionando outras más notícias. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a produção de grãos na safra 2004/2005 terá uma quebra de 18,2 milhões de toneladas, a pior dos últimos 20 anos, por conta da estiagem, que prejudicou as lavouras, principalmente do Sul.

O Senado também formalizou a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para esclarecer, na Comissão de Infra-Estrutura, a proposta de transformar a Infraero em empresa de economia mista. A oposição promete aproveitar a audiência para questionar Dirceu sobre assuntos delicados, como o caso Waldomiro Diniz.

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