Governo não criará imposto para cobrir CPMF, diz Jaques Wagner

Ainda sentindo o golpe da derrota do governo na tentativa de prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governador baiano, Jaques Wagner (PT), amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desdenhou do clima de "tranqüilidade aparente" que o governo federal passou a demonstrar após a decisão. "Ninguém que perde uma batalha pode dizer ‘estou morto’", afirmou. Porém, ele negou que o governo esteja planejando a criação de um novo imposto para compensar a perda de R$ 40 bilhões por ano previstos na CPMF.

"Como não acredito que haja diminuição dos programas sociais, acho que os cortes vão ser feitos nas obras de infra-estrutura previstas", disse. Quando perguntado se entre as obras que ele achava que poderiam ser deixadas de lado estava a transposição do Rio São Francisco – uma das maiores obras previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) -, o governador brincou: "Está aí uma proposta que deveria ter sido feita pelo bispo Cappio".

A referência é destinada ao bispo de Barra, na Bahia, d. Luiz Flávio Cappio, que fez uma greve de fome por 24 dias, encerrada ontem, para tentar paralisar o projeto. Há dois anos, foi o próprio Wagner, então ministro das Relações Institucionais de Lula, quem intermediou o acordo entre d. Cappio, então há 11 dias sem comer em seu primeiro jejum de protesto contra o projeto, e o governo.

Voltar ao topo