Governador suspeito de crime em Rondônia

Brasília – O Ministério Público Federal pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura de inquérito contra o governador de Rondônia, Ivo Cassol, por extração de diamantes na reserva indígena Roosevelt, do povo cinta-larga. Cassol é suspeito dos crimes de responsabilidade, facilitação de contrabando e descaminho e prevaricação.

O caso ganhou repercussão nacional após a chacina que vitimou 29 garimpeiros e levou à prisão de envolvidos em garimpagem ilegal em terras indígenas. Foi instaurada ação penal para apurar a atuação de uma suposta organização criminosa cuja finalidade seria extrair clandestinamente diamantes da terra indígena Roosevelt. Entre os envolvidos, estariam caciques, funcionários da Fundação Nacional do Índio, policiais civis e federais e contrabandistas de diamantes.

A investigação apontou para o envolvimento do governador. Um dos acusados de ser líder da quadrilha ao lado dos policiais federais José Bocamino e Marcos Aurélio Soares, de Ribeirão Preto, Marcos Glikas, afirmou em interrogatório que o governador de Rondônia tinha conhecimento das atividades ilícitas da organização criminosa. Ele se referiu a reuniões realizadas com Cassol e sua chefe de gabinete, Leandra Fátima Vivian, nas quais se acertava a exploração da jazida de diamantes existente na Reserva Roosevelt por meio da estatal Companhia de Mineração do Estado de Rondônia sem autorização prévia da União. O contrabandista apresentou fotos que comprovariam contato com o governador.

Ainda segundo Glikas, outro acusado, José Roberto Gonzales, fazia contatos com os índios e com pessoas ligadas ao governo de Rondônia. Nas reuniões, discutia-se o acerto que permitiria a entrada de garimpeiros e maquinários na reserva indígena. Cassol participou de pelo menos uma dessas reuniões.

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