Estiagem prolongada prejudica rotina em escolas

A estiagem prolongada, que atinge 57,5% dos 1.794 municípios do Nordeste, já começou a prejudicar a rotina das escolas. O número de cidades nordestinas com situação de emergência reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil por conta da seca chegou a 1.033.

Em Pernambuco, onde 103 das 185 cidades estão em situação de emergência, a Secretaria de Educação diz que 96 das 471 escolas da rede estadual foram afetadas de alguma forma pela seca.

O governo informou que 29 delas tiveram de dispensar alunos em algum dos três turnos e que seis unidades ficaram sem aula pelo menos uma vez por semana por conta da estiagem. Segundo o governo, 53 mil foram prejudicados, mas a situação já se normalizou.

O Estado diz que já gastou R$ 1 milhão para enviar mensalmente 8.000 litros de água para cada escola afetada. Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí também já utilizam caminhões para levar água a escolas estaduais.

Na Bahia, onde 250 dos 417 municípios estão em situação de emergência, as escolas da rede estadual estão sem aulas desde 11 de abril por conta da greve dos professores.

As secretarias de Educação de Alagoas, Paraíba, Sergipe e Maranhão informaram que a estiagem não está afetando a rotina de escolas estaduais.

Rede municipal

Levantamento feito pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) a pedido da Folha mostra que a situação nas redes municipais também é difícil -já há escolas sem água nas torneiras.

No município de Martins (354 km de Natal), o Centro Educacional Professora Aninha Leite, que atende 65 alunos dos ensinos infantil e fundamental, é abastecido com tonéis de água. O açude que atendia o colégio está secando, e a água que restou é imprópria para consumo, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com a secretária Helena dos Santos, a rotina de enviar três vezes por semana um carro com 120 litros para a comunidade Sítio Chapéu, a 20 quilômetros do centro do município, já dura dois meses e não tem previsão para terminar.

A operação custa R$ 600 por mês, o equivalente a 15% do PIB per capita do município de 8.218 habitantes. “A gente está fazendo de tudo para não suspender as aulas”, disse a secretária.

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