Em Belford Roxo, operários retiram 4,5 mil pneus de rio

Em sete meses, operários que trabalham nas obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Baixada Fluminense recolheram 4,5 mil pneus que poluíam rios da região, segundo a Secretaria Estadual do Ambiente. Do Rio Sarapuí, Belford Roxo, anteontem, 52 pneus – e muito lixo – foram retirados em um dos sete municípios atendidos pelo Projeto de Controle de Inundações e Recuperação Ambiental. Os pneus, que eventualmente chegariam à Baía de Guanabara, agora seguem para reciclagem.

Desde o início das obras, dragas e escavadeiras içaram cerca de 500 mil toneladas de lixo misturado com sedimentos. Sessenta quilômetros de três rios – Botas, Iguaçu e Sarapuí – estão sendo dragados. Além do desassoreamento, o projeto prevê a reforma de pontes, a construção de praças, o plantio de vegetação ciliar e a pavimentação de vias e ciclovias nas margens, onde hoje há famílias morando em barracos.O orçamento é de R$ 190 milhões. Outros R$ 75 milhões serão aplicados na construção de 2 mil unidades habitacionais nos municípios.

Dez mil pessoas que vivem em ocupações irregulares nas margens dos rios serão removidas, afirma a secretária do Ambiente, Marilene Ramos. Ela reconhece que essa parte do projeto está atrasada, mas diz que o cronograma será mantido, com previsão de conclusão das obras até outubro de 2010. Ao longo do Rio Sarapuí, 13 máquinas trabalhavam anteontem e os operários do PAC enfrentam outros obstáculos. O rio separa a Favela do Dique do Bairro Bom Pastor, em Belford Roxo. Um dos pontos de dragagem fotografados pela reportagem fica em frente a um local onde há venda de drogas.

Operários estavam apreensivos, porque no último sábado houve tiroteio. Marilene diz que procura não mobilizar força policial porque isso “dificultaria a convivência na obra, já que o acompanhamento policial não pode ser permanente”. A secretária estima que cerca de 3 milhões de habitantes serão beneficiados pelas obras. Até agora, apenas 16% do previsto foi executado. Segundo Marilene, a última grande obra de dragagem na região terminou em 1995. A área é muito pobre.

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