Dom Geraldo reforça as críticas ao governo Lula

Salvador – O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, reforçou ontem as críticas de outros líderes da Igreja Católica à política social do governo federal. Segundo dom Geraldo, em três anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não houve avanços na promoção humana.

"Talvez o assistencialismo esteja mais marcante. Mas isso não basta, é preciso dar ao homem condições para ele trabalhar e sustentar a sua família. As pessoas devem ser úteis, mas está faltando trabalho", criticou.

Na quarta-feira, ao lançar a Campanha da Fraternidade de 2006, o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, criticou o governo federal e a política econômica, defendendo a geração de empregos e a distribuição de renda. Ele chamou o Brasil de paraíso financeiro e disse que o presidente Lula não correspondeu às expectativas de que promoveria maior inclusão social.

Dom Odilo condenou os juros altos, destacando que o baixo crescimento da economia em 2005 contrasta com a alta lucratividade dos bancos. Ele reconheceu méritos nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Mas enfatizou que a melhor política social é a abertura de postos de trabalho.

As críticas do secretário-geral da CNBB repercutiram mal no governo. O líder na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a entidade religiosa deveria apresentar uma proposta alternativa de política econômica. Para Chinaglia, a ação do governo tem limites e Lula quer melhorar a distribuição de renda no país.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, concorda com as declarações de Dom Odilo Scherer de que o País seria um "paraíso financeiro". "Precisamos diminuir as taxas de juros para gerar trabalho, distribuir renda e acabar com o ‘paraíso financeiro’ que nos tornamos nos últimos anos", afirmou Skaf em nota enviada à imprensa.

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