Direitos humanos pioram após 11 de setembro

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Libertação da Palestina
foi tema de marcha.

Porto Alegre – "Após o 11 de setembro de 2001, a política de combate ao terrorismo conseguiu justificar o conflito entre chechenos e o Estado russo", disse a advogada chechena Lydia Yusupova. Enquanto apresentava fotos de vítimas de tortura e violência por parte do exército russo e de outros grupos armados, Lydia dizia que seu caso era mais um exemplo de violação dos direitos humanos sofrida por países como Colômbia e Palestina. "Na Chechênia, há um sistema judicial, advogados, juízes e, mesmo assim, não há proteção civil à população."

A discussão sobre direitos humanos é um dos eixos principais do 5.º Fórum Social Mundial. Durante o debate "A luta antiterrorista e o respeito aos direitos humanos", os participantes defenderam ontem que as políticas repressivas e a diminuição dos direitos civis cresceram em todo o mundo após o atentado de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Para o vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), José Rebello, é preciso compreender o papel dos grandes meios de comunicação na construção ideológica do que significa terrorismo.

Como parte das programações de ontem, Porto Alegre assistiu uma marcha em prol da independência da Palestina.

Contra a fome

Um dia de mobilização mundial contra a fome e a pobreza está sendo articulado para 10 de setembro deste ano por diversos movimentos sociais que participam do 5.º Fórum Social Mundial. De acordo com o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Grzybowski, um dos envolvidos no projeto, o objetivo é realizar manifestações no mundo inteiro. Segundo Grzybowski, o dia 10 de setembro foi escolhido pela proximidade com a data da reunião de cúpula das Nações Unidas, que ocorrerá no dia 14 daquele mês.

Banco sul-americano

As discussões sobre a integração regional travadas entre o Brasil e a Venezuela ultrapassam o campo petrolífero, com as negociações mantidas entre a Petrobras e a PDVSA. Os governos do Brasil e da Venezuela estudam a constituição de um banco para a América do Sul, a criação de um canal de televisão estatal com o objetivo de divulgar noticiários do continente e a construção de uma universidade da região, além da adoção de uma moeda única regional.

Campanha contra a Alca

Porto Alegre – O impasse nas negociações que pretendem constituir a Área de Livre Comércio das Américas foi comemorado no Fórum Social Mundial (FSM). Cerca de 500 militantes da "Campanha contra a Alca" realizaram ontem uma assembléia continental para discutir o futuro do movimento, que surgiu na edição de 2002 do Fórum. Na avaliação de João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da Via Campesina, a campanha até agora tem sido vitoriosa.

"Conseguimos montar uma resistência em todo o continente", afirmou, sob aplausos. "Mas ainda não temos uma campanha massiva. Não conseguimos atingir grande parte dos povos", apontou Stédile. O líder camponês fez uma defesa enfática da necessidade de expandir o debate para outras esferas. "Temos tarefas organizacionais, como construir experiências comuns, trabalhar a base, fazer um esforço redobrado, ir de casa em casa, para envolver mais gente", disse. Stédile também propôs a realização de mobilizações nacionais e a construção de calendários comuns de luta em todo o continente.

Requião participa do Fórum Social

Amanhã, às 8 horas, o governador acompanha a chegada do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Logo depois, Requião e o presidente seguem até o assentamento do Tapes, do MST, a 100 quilômetros da capital gaúcha. No assentamento, assinam um protocolo de intenções para o intercâmbio de sementes entre o Paraná e a Venezuela.

Ainda no assentamento, conhecem a produção de arroz orgânico com peixes e patos e seguem ao Bosque Internacional da Solidariedade, onde participam de um ato em defesa da soberania alimentar sobre as populações. Além do governador do Paraná e do presidente Hugo Chávez, compõem a comitiva nessas atividades os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Marina Silva (Meio Ambiente), Tarso Genro (Educação), Olívio Dutra (Cidades), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e autoridades religiosas. Às 13h30, Requião almoça com intelectuais brasileiros e internacionais a convite do governo venezuelano. Depois, às 15h30, participa de uma entrevista com tradução simultânea para o francês e inglês e com transmissão pela TV Paraná Educativa. O último compromisso do governador no fórum será no Ginásio do Gigantinho, onde, às 18h30, o presidente Hugo Cháves faz palestra.

Trangênicos

O Greenpeace, em parceria com a "Campanha por Um Brasil Livre de Transgênicos", realizou ontem cedo em Porto Alegre uma manifestação contra a Monsanto. O objetivo, segundo a entidade, foi denunciar a "República da Soja", que consistiria em imensas áreas contínuas de plantios do grão no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, com projetos de expansão para a Bolívia.

O governador Roberto Requião participa hoje e amanhã em Porto Alegre do Fórum Social Mundial. A agenda do governador inclui várias atividades. Hoje, o governador faz uma palestra que terá como tema "A importância da luta pela soberania alimentar e como devemos defender nossas sementes e contra transgênicos". O pronunciamento de Requião será feito na praça Pôr do Sol, às margens do Rio Guaíba.

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