Custo-Brasil limita negócios entre Brasil e EUA

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, disse nesta quarta-feira (10) que a complexidade do ambiente de negócios do Brasil é uma grande barreira para o avanço das relações entre os dois países, sobretudo no que tange ao aumento do investimento norte-americano no País. Ele reclamou especialmente do chamado custo-Brasil, que inclui altas tarifas, dificuldades alfandegárias, complexidade burocrática e até carga tributária.

"Os Estados Unidos comercializam mais com a América Central do que com o Brasil", comparou o secretário, ressaltando que, por seu tamanho, o País deveria ter uma participação muito maior nos negócios dos EUA com os outros países da região.

Gutierrez afirmou que os Estados Unidos vão continuar a fazer acordos bilaterais de livre comércio na América Latina, já que a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é uma idéia que ainda não vingou. O secretário destacou que os EUA estão focados nas Américas e que metade dos acordos comerciais que o país tem são com países da região.

Etanol

Gutierrez disse que os executivos presentes nas reuniões bilaterais sobre etanol realizadas hoje na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) discutiram formas de criar um mercado global para o biocombustível. Segundo ele, é preciso criar padrões para o etanol porque à medida que esse produto se converte em uma indústria global são necessários padrões para comercialização entre os países, "como se faz hoje com o petróleo".

Gutierrez foi evasivo quando questionado sobre as barreiras que os Estados Unidos aplicam sobre o etanol brasileiro – obtido a partir da cana de açúcar e a custo muito inferior ao produzido nos Estados Unidos, à base de milho. "Etanol é um tema importante e estamos conversando sobre cooperação no desenvolvimento de novas tecnologias e de matérias-primas novas, que não o açúcar para fazer etanol", disse.

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