Brasília – Marcado para ontem, o depoimento do publicitário Cristiano Paz, sócio de Marcos Valério nas agências de publicidade SMP&B e DNA, foi adiado a pedido de seu advogado Marcelo Leonardo, o mesmo de Valério, que alegou que não poderia acompanhar o cliente. Cristiano será ouvido hoje em audiência conjunta com a CPI do Mensalão. Será a primeira ação conjunta das duas CPIs que começaram a disputar espaço na mídia e nas investigações, o que já preocupa alguns parlamentares.
"Talvez estejamos vivendo um dos piores momentos desta CPI (dos Correios). Por isso devemos delimitar nossa atuação. Se não fizermos isso vamos entrar em processo de colisão com a CPI do Mensalão", advertiu o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Numa reação ao anúncio do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que apresentará um relatório parcial indicando para o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), os nomes dos parlamentares que comprovadamente teriam quebrado o decoro parlamentar, a CPI do Mensalão aprovou um requerimento solicitando a Severino que qualquer proposta de punição de deputados seja enviada para a comissão antes do encaminhamento ao Conselho de Ética.
"Vejam como estamos tratando de um tema complexo. Isso não pode virar uma disputa de vaidades. Por isso, sugiro que definamos o nosso foco principal. Na minha opinião, temos de nos centrar na investigação sobre a origem do dinheiro que alimentou as contas das empresas de Marcos Valério", defendeu o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).