Comissão poupa ministros e parlamentares da CPMI dos sanguessugas

Brasília – Passados seis meses, a CPMI dos Sanguessugas deverá fechar seus trabalhos com a aprovação de relatório inconclusivo. O documento final será apresentado pelo relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), na quarta-feira, e não citará nenhum dos 71 parlamentares cujos nomes foram enviados para julgamento nos conselhos de Ética da Câmara e do Senado por suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias. O texto também deixará de apontar a origem do R$ 1,75 milhão que supostamente seriam usados por petistas para a compra de dossiê contra políticos tucanos.

?Não vou fazer menção ao nome de parlamentares?, confirma Lando. ?Não temos em momento algum a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Se não se descobre a origem do dinheiro vou dizer o quê? Temos de seguir os passos das investigações da Polícia Federal?, diz. ?O relatório final não poderá trazer coisas que não descobrimos. Portanto, não haverá grandes surpresas. O que vai ter é uma conclusão a partir das investigações?, argumenta o sub-relator da CPMI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). O prazo de funcionamento da comissão vai até o dia 19.

Máfia

No relatório final, Lando deverá apontar a existência da máfia das ambulâncias desde o segundo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas vai poupar os ex-ministros da Saúde, sem pedir ao Ministério Público o indiciamento de nenhum dos quatro ex-comandantes da pasta desde 1998 até o ano passado. À exceção do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), todos os ex-ministros dos últimos oito anos estiveram na CPMI para depor e negar qualquer envolvimento com o esquema de superfaturamento de ambulâncias.

Nas conversas de bastidor, o senador tem dito que há indícios de envolvimento com a máfia das sanguessugas dos ex-ministros Barjas Negri (PSDB) e Humberto Costa (PT).

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