Código Florestal é assunto na “Rio+20 dos cientistas”

A formulação do novo Código Florestal pelo governo brasileiro foi criticada no terceiro dia de uma conferência paralela à Rio+20, que reúne pesquisadores do Brasil e de fora do país, na PUC-Rio. De acordo com os pesquisadores, o texto que está na geladeira do Congresso até o final da cúpula da ONU coloca espécies brasileiras em risco porque diminuiu áreas florestais.

O documento aprovado pela Câmara e parcialmente vetado pela presidente Dilma Rousseff em maio prevê, dentre outros pontos polêmicos, a anistia a quem tenha desmatado até 2008. Para Lidia Brito, diretora de política de ciência da Unesco (Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura), os cientistas brasileiros precisam se posicionar antes que a lei seja aprovada. “Precisamos brigar agora e não depois que a lei já esteja pronta”, disse Brito.

“A ciência precisa mostrar que tem condição de dar respostas para a formulação de políticas públicas.” O biólogo americano Tom Lovejoy, que estuda Amazônia há mais de 40 anos, também criticou a nova legislação florestal. Ele disse que o ideal seria jogar o texto em debate fora e começar tudo de novo, mas que fazer isso agora “não seria uma decisão equilibrada.”

Para a engenheira de pesca Ana Lucia Prates, do MMA (Ministério do Meio Ambiente), o novo código aumenta o risco sofrido pelas espécies brasileiras –inclusive de peixes. Com menos florestas nas margens dos rios e dos córregos, a possibilidade de assoreamento aumenta e os peixes encontram uma oferta menor de comida nas águas.

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